domingo, fevereiro 25, 2007

Sessão de cinema: Little Children


Esta semana assisti Little Children (Pecados Íntimos no Brasil), um filme muito interessante do diretor Todd Field (trailer aqui). O filme foi premiado em alguns festivais importantes e com toda razão. Com roteiro impecável e ótimas atuações, ele mostra o que existe por trás da realidade da vida suburbana e lida com temas que nos fazem questionar alguns valores. Inevitavelmente, algumas cenas me fazem lembrar de filmes favoritos como Happiness e American Beauty. Já as cenas iniciais, como a das mães e suas crianças no playground (e a voz do narrador ao fundo) têm algo de Desperate Housewifes. Mas a chave do filme, pelo menos na minha opinião, é o questionamento (inquietação) dos dois protagonistas e, possivelmente, do público, que é confrontado com temas adultos como infidelidade, pedofilia e pornografia na Internet.

Um aspecto interessante é a forma como ele retrata o pedófilo no filme - não apenas um monstro (como a sociedade julga, e não sem razão) mas um ser humano doente e muito infeliz. Eu não diria que cheguei a sentir pena do personagem (mas quase), mas é digno de nota ver como o diretor nos mostra o outro lado da pedofilia - ou seja, o contexto do doente em questão. Cada um que tire suas próprias conclusões.

A protagonista é Sarah (numa atuação de cara lavada de Kate Winslet, que aliás concorre com este filme para o Oscar de Melhor Atriz), uma mãe e dona-de-casa nada típica, com algumas realizações acadêmicas e que agora dedica-se integralmente a cuidar da filha pequena. Sarah se sente um peixe fora d´água entre as outras mães do playground e sente falta de quem ela era antes da maternidade, o que é agravado pela rotina de um casamento infeliz (desnecessário dizer, me identifiquei muito com a personagem). Não é à toa que Madame Bovary é citada em uma cena do filme, quando Sarah discute o clássico de Flaubert em um grupo de leitura. Pensando bem, eu até arriscaria dizer que esta cena é crucial pra entender melhor a personagem.

Em suma, um filme para as mentes questionadoras...depois não digam que eu não avisei.

2 comentários:

Eu não sei, você sabe? disse...

fiquei com medo de ler...quero muito ver esse filme.
depois venho, leio e te conto o que achei:)
beijo bethblue

Eu não sei, você sabe? disse...

demorei mas agora tenho uma opinião, depois vá lá ler!
:)

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Sessão de cinema: Little Children


Esta semana assisti Little Children (Pecados Íntimos no Brasil), um filme muito interessante do diretor Todd Field (trailer aqui). O filme foi premiado em alguns festivais importantes e com toda razão. Com roteiro impecável e ótimas atuações, ele mostra o que existe por trás da realidade da vida suburbana e lida com temas que nos fazem questionar alguns valores. Inevitavelmente, algumas cenas me fazem lembrar de filmes favoritos como Happiness e American Beauty. Já as cenas iniciais, como a das mães e suas crianças no playground (e a voz do narrador ao fundo) têm algo de Desperate Housewifes. Mas a chave do filme, pelo menos na minha opinião, é o questionamento (inquietação) dos dois protagonistas e, possivelmente, do público, que é confrontado com temas adultos como infidelidade, pedofilia e pornografia na Internet.

Um aspecto interessante é a forma como ele retrata o pedófilo no filme - não apenas um monstro (como a sociedade julga, e não sem razão) mas um ser humano doente e muito infeliz. Eu não diria que cheguei a sentir pena do personagem (mas quase), mas é digno de nota ver como o diretor nos mostra o outro lado da pedofilia - ou seja, o contexto do doente em questão. Cada um que tire suas próprias conclusões.

A protagonista é Sarah (numa atuação de cara lavada de Kate Winslet, que aliás concorre com este filme para o Oscar de Melhor Atriz), uma mãe e dona-de-casa nada típica, com algumas realizações acadêmicas e que agora dedica-se integralmente a cuidar da filha pequena. Sarah se sente um peixe fora d´água entre as outras mães do playground e sente falta de quem ela era antes da maternidade, o que é agravado pela rotina de um casamento infeliz (desnecessário dizer, me identifiquei muito com a personagem). Não é à toa que Madame Bovary é citada em uma cena do filme, quando Sarah discute o clássico de Flaubert em um grupo de leitura. Pensando bem, eu até arriscaria dizer que esta cena é crucial pra entender melhor a personagem.

Em suma, um filme para as mentes questionadoras...depois não digam que eu não avisei.

2 comentários:

Eu não sei, você sabe? disse...

fiquei com medo de ler...quero muito ver esse filme.
depois venho, leio e te conto o que achei:)
beijo bethblue

Eu não sei, você sabe? disse...

demorei mas agora tenho uma opinião, depois vá lá ler!
:)