domingo, março 04, 2007

Sessão de cinema: Babel

Ontem finalmente assisti o tão comentado e premiado Babel (2006) do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, que também dirigiu Amores Perros (2000) e 21 Gramas (2003). O filme é excelente e consegue transportar o espectador e confrontá-lo com os temas mais importantes da atualidade: imigrantes ilegais, terrorismo, racismo e acima de tudo a crônica dificuldade de comunicação do ser humano - seja entre membros de uma mesma família, de um mesmo país ou na relação entre os países (o que inevitavelmente gera conflitos pessoais, familiares e internacionais).

O filme alterna magistralmente cenas em três diferentes partes do planeta: Marrocos, México e Tóquio (com algumas cenas nos EUA, que não chegam exatamente a ser importantes para o plot). Os personagens não podiam ser mais diferentes, mas por obra do destino (e de um diretor excepcional) estão interligados entre si ao longo de toda a narrativa. Um casal americano em crise que se encontra em uma situação ainda mais crítica durante uma excursão às montanhas do Marrocos. As crianças do casal, deixadas nos EUA com a babá mexicana que comete o erro (santa ingenuidade) de levá-las para o México para o casamento de seu filho...uma decisão da qual irá se arrepender mais tarde (qualquer brasileiro que já passou por um controle de passaporte ao viajar no exterior provavelmente se identificará em maior ou menor grau com essas cenas). Uma família pobre no Marrocos, onde os dois filhos são presenteados pelo pai com uma arma de fogo para proteger o rebanho e acabam sem querer criando um inusitado conflito internacional e a histeria da mídia internacional (e acima de tudo, americana). Uma adolescente surda e muda em Tóquio, que perdeu a mãe de forma trágica e que luta para encontrar seu lugar no mundo. Diga-se de passagen, as cenas de Tóquio são as mais divertidas do filme, e mostram o mundo dos adolescentes nesta parte do planeta. As cenas da danceteria são uma das mais fantásticas que presenciei no cinema nos últimos tempos (dá vontade de dançar na poltrona do cinema).

Em suma, se você ainda não assistiu, assista! Babel é, sem dúvida, uns dos melhores filmes a chegar às telas de cinema nos últimos tempos. Food for thought, to say the least.

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi Beth,
Eu vi Babel ha umas duas semanas e adorei, tambem achei o filme excelente. Principalmente a historia passada em Toquio, que ahei a mais tocante, ate porque, eh a mais sutil. As historias mexicana e marroquina tratam de problemas reais, fisicos, imediatos. A historia japonesa nao, eh tudo interno, pra dentro... e aquela japonesinha deu um show.
Estou planejando ir ver Little Children, depois de ter lido a sua critica. :-)
beijo, Antonio

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Sessão de cinema: Babel

Ontem finalmente assisti o tão comentado e premiado Babel (2006) do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, que também dirigiu Amores Perros (2000) e 21 Gramas (2003). O filme é excelente e consegue transportar o espectador e confrontá-lo com os temas mais importantes da atualidade: imigrantes ilegais, terrorismo, racismo e acima de tudo a crônica dificuldade de comunicação do ser humano - seja entre membros de uma mesma família, de um mesmo país ou na relação entre os países (o que inevitavelmente gera conflitos pessoais, familiares e internacionais).

O filme alterna magistralmente cenas em três diferentes partes do planeta: Marrocos, México e Tóquio (com algumas cenas nos EUA, que não chegam exatamente a ser importantes para o plot). Os personagens não podiam ser mais diferentes, mas por obra do destino (e de um diretor excepcional) estão interligados entre si ao longo de toda a narrativa. Um casal americano em crise que se encontra em uma situação ainda mais crítica durante uma excursão às montanhas do Marrocos. As crianças do casal, deixadas nos EUA com a babá mexicana que comete o erro (santa ingenuidade) de levá-las para o México para o casamento de seu filho...uma decisão da qual irá se arrepender mais tarde (qualquer brasileiro que já passou por um controle de passaporte ao viajar no exterior provavelmente se identificará em maior ou menor grau com essas cenas). Uma família pobre no Marrocos, onde os dois filhos são presenteados pelo pai com uma arma de fogo para proteger o rebanho e acabam sem querer criando um inusitado conflito internacional e a histeria da mídia internacional (e acima de tudo, americana). Uma adolescente surda e muda em Tóquio, que perdeu a mãe de forma trágica e que luta para encontrar seu lugar no mundo. Diga-se de passagen, as cenas de Tóquio são as mais divertidas do filme, e mostram o mundo dos adolescentes nesta parte do planeta. As cenas da danceteria são uma das mais fantásticas que presenciei no cinema nos últimos tempos (dá vontade de dançar na poltrona do cinema).

Em suma, se você ainda não assistiu, assista! Babel é, sem dúvida, uns dos melhores filmes a chegar às telas de cinema nos últimos tempos. Food for thought, to say the least.

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi Beth,
Eu vi Babel ha umas duas semanas e adorei, tambem achei o filme excelente. Principalmente a historia passada em Toquio, que ahei a mais tocante, ate porque, eh a mais sutil. As historias mexicana e marroquina tratam de problemas reais, fisicos, imediatos. A historia japonesa nao, eh tudo interno, pra dentro... e aquela japonesinha deu um show.
Estou planejando ir ver Little Children, depois de ter lido a sua critica. :-)
beijo, Antonio