terça-feira, abril 10, 2007

Livro aberto?

Não, obrigada. Fuçando blogs alheios, descobri que minha vida não é um livro tão aberto assim...e que algumas páginas certamente estão coladas e assim permanecerão, rsrsrsrs. Me dei conta de que, a essas alturas do campeonato - não sou mais uma adolescente - não quero mesmo que a minha vida seja um livro aberto. Eu costumava falar e desfalar o que me viesse pela cabeça. E considerava isso uma grande qualidade, a franqueza era um dos meus maiores trunfos. E enquanto a grande maioria se ocupava em falar da vida dos outros, eu falava era da minha vida mesmo!

Mas chega uma hora que a gente cresce e perde a ilusão de que pode falar o que bem entende. Ou a gente aprende a viver com as consequências de falar o que bem entende. Porque o mundo está repleto de pessoas e suas interpretações (que muitas vezes não correspondem em nada com o que foi dito ou escrito). E porque quanto mais a gente explica, menos os outros entendem. E finalmente, porque a gente não precisa se explicar para os amigos pois eles sabem muito bem como somos (e felizmente nos aceitam assim mesmo).

Acima de tudo, não devemos falar de nossos problemas. Porque sempre que falei dos meus problemas, não apenas não resolvi nada como afastei pessoas. Porque problemas sempre afastam as pessoas, disso vocês podem ter certeza! Pode-se falar de tudo (principalmente da vida dos outros). Pode-se até falar o tempo todo, desde que se fale de amenidades e de coisas agradáveis - problemas, não. Porque problemas não são interessantes, apesar de todos terem problemas (ou justamente por isso).

Não obstante, noto que os blogs se tornaram uma espécie de confessionário do séc. XXI. Muitas pessoas ainda têm a ilusão (eu perdi a minha) de que o blog é um espaço pessoal e todo seu...mas isso não existe em se tratando de espaços públicos como a Internet. E eu confesso que nunca mais serei a mesma pessoa depois do orkut. Porque no orkut aprendi - a duras penas - que não se pode falar o que se pensa. E entendi o que é um espaço público. The end of innocence.

De resto, desisti de tentar me explicar para as pessoas, mas fica a eterna necessidade de me explicar para mim mesma...e é por isso que escrevo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Beth,

Não se preocupe: as pessoas apenas fingem que não se interessam, mas adoram fazer do seu problema - ou o que quer que seja - assunto de salão. É da natureza dos "bípedes que falam", rarará!
Com o orkut(já que você falou nele) aprendi também que as pessoas são banais demais para que o que propagandeiam a respeito de si seja verdade. Amam tanto a futrica e a intriga que são mestras em coquetear com elas. Aliás, quando mais cool, mais hot!
Por isso, repito: no worries.
té maissssssss
Arnild

Eu não sei, você sabe? disse...

Não gosto mesmo de delongas: é ótimo o seu "E porque quanto mais a gente explica, menos os outros entendem", porque é assim mesmo.

Eu já entendi: escrevo para me reconhecer.

Agora já que vc falou nisso, o que acha do meu blog? Um livro aberto?
Pergunto isso, pois meu pai outro dia mencionou que achava um pouco preocupante a devassidão.(e foi antes de eu colocar a foto feia dele!)
Acho que sou vaga.
O que vc acha minha amiga blogueira? Algo que nem preciso falar pra vc, mas, pode ser sincera:)
beijos

Annix disse...

Nananinanão. Falar dos problemas você pode (deve, aliás), desde que com amigos. Próximos. O negócio, como sempre, é ter bom senso e...critério. Pra saber quem se preocupa de verdade e quem, como disse bem a Arnild, quer é assunto pra botar na roda.
Agora, quanto a abrir a vida no blog e no orkut...g-zuz, tem gente que posta até o número do celular e quantas vezes foi ao banheiro. Eu não me surpreeendo mais com nada (ah, a falta de limites do exibicionismo...).

Labelle® Paz disse...

Eu estou com a Tróia... Queria saber o que vc acha do meu...... Através do codinome, da foto pela metade, e de não ter divulgado para ninguém a minha nova diversão, acho que consigo me preservar de certa forma...

Falo um monte, desabafo, coloco vários fantasmas para fora, mas meus amigos, são pouquíssimos que sabem o endereço do blog... Quando escrevem, usam codinomes também...

Conto nos dedos das mãos os que sabem... A maioria das pessoas que lêem me escrevem emails e não conheço...

Está sendo uma grata surpresa para mim, poder trocar experiências sobre determinados assuntos que escrevo despretenciosamente... Além do que, é uma terapia baratinha, baratinha...rs

Beijocas!!!

Bebete Indarte disse...

Minha vida sempre foi um livro parcialmente aberto escrito por mim...tola, idiota, inocente...mas há coisas que não conto, não dou detalhes, e manipulo, os outros pensam que sabem...sou uma atriz e meu palco é a vida.
Minha insconstância e versatilidade pode ser tanto qualidades nocivas, quanto minha própria redenção. Regras???
Quase não leio blogs, nunca gostei de BIG BROTHERS. Não futrico na vida alheia...tô muito preocupada com a minha.
Eu posso até magoar os outros, porque sou impulsiva, mas sempre os mais próximos...e quem não faz?
Tive uma briga de amizade no orkut, que teve consequências emocionais dramáticas, até piores que meu divórcio. E ninguém me consolou, chamei-a de hipócrita. Tive que esperar dar o tempo ao tempo...e sofri muito por ser um livro aberto, por ter sido impulsiva, sempre fui expansiva e acreditei nos outros. Agora me fecho, faço cara de paisagem, as vezes toscana, às vezes siberiana...
É muito desgastante ser superficial, mas cada um faz do blog o seu próprio espaço. Ninguém é obrigado a ler. Né? E eu leio só o que me TOCA, me agrada...tenho preguiça com comparações.

Tecnologia do Blogger.

Livro aberto?

Não, obrigada. Fuçando blogs alheios, descobri que minha vida não é um livro tão aberto assim...e que algumas páginas certamente estão coladas e assim permanecerão, rsrsrsrs. Me dei conta de que, a essas alturas do campeonato - não sou mais uma adolescente - não quero mesmo que a minha vida seja um livro aberto. Eu costumava falar e desfalar o que me viesse pela cabeça. E considerava isso uma grande qualidade, a franqueza era um dos meus maiores trunfos. E enquanto a grande maioria se ocupava em falar da vida dos outros, eu falava era da minha vida mesmo!

Mas chega uma hora que a gente cresce e perde a ilusão de que pode falar o que bem entende. Ou a gente aprende a viver com as consequências de falar o que bem entende. Porque o mundo está repleto de pessoas e suas interpretações (que muitas vezes não correspondem em nada com o que foi dito ou escrito). E porque quanto mais a gente explica, menos os outros entendem. E finalmente, porque a gente não precisa se explicar para os amigos pois eles sabem muito bem como somos (e felizmente nos aceitam assim mesmo).

Acima de tudo, não devemos falar de nossos problemas. Porque sempre que falei dos meus problemas, não apenas não resolvi nada como afastei pessoas. Porque problemas sempre afastam as pessoas, disso vocês podem ter certeza! Pode-se falar de tudo (principalmente da vida dos outros). Pode-se até falar o tempo todo, desde que se fale de amenidades e de coisas agradáveis - problemas, não. Porque problemas não são interessantes, apesar de todos terem problemas (ou justamente por isso).

Não obstante, noto que os blogs se tornaram uma espécie de confessionário do séc. XXI. Muitas pessoas ainda têm a ilusão (eu perdi a minha) de que o blog é um espaço pessoal e todo seu...mas isso não existe em se tratando de espaços públicos como a Internet. E eu confesso que nunca mais serei a mesma pessoa depois do orkut. Porque no orkut aprendi - a duras penas - que não se pode falar o que se pensa. E entendi o que é um espaço público. The end of innocence.

De resto, desisti de tentar me explicar para as pessoas, mas fica a eterna necessidade de me explicar para mim mesma...e é por isso que escrevo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Beth,

Não se preocupe: as pessoas apenas fingem que não se interessam, mas adoram fazer do seu problema - ou o que quer que seja - assunto de salão. É da natureza dos "bípedes que falam", rarará!
Com o orkut(já que você falou nele) aprendi também que as pessoas são banais demais para que o que propagandeiam a respeito de si seja verdade. Amam tanto a futrica e a intriga que são mestras em coquetear com elas. Aliás, quando mais cool, mais hot!
Por isso, repito: no worries.
té maissssssss
Arnild

Eu não sei, você sabe? disse...

Não gosto mesmo de delongas: é ótimo o seu "E porque quanto mais a gente explica, menos os outros entendem", porque é assim mesmo.

Eu já entendi: escrevo para me reconhecer.

Agora já que vc falou nisso, o que acha do meu blog? Um livro aberto?
Pergunto isso, pois meu pai outro dia mencionou que achava um pouco preocupante a devassidão.(e foi antes de eu colocar a foto feia dele!)
Acho que sou vaga.
O que vc acha minha amiga blogueira? Algo que nem preciso falar pra vc, mas, pode ser sincera:)
beijos

Annix disse...

Nananinanão. Falar dos problemas você pode (deve, aliás), desde que com amigos. Próximos. O negócio, como sempre, é ter bom senso e...critério. Pra saber quem se preocupa de verdade e quem, como disse bem a Arnild, quer é assunto pra botar na roda.
Agora, quanto a abrir a vida no blog e no orkut...g-zuz, tem gente que posta até o número do celular e quantas vezes foi ao banheiro. Eu não me surpreeendo mais com nada (ah, a falta de limites do exibicionismo...).

Labelle® Paz disse...

Eu estou com a Tróia... Queria saber o que vc acha do meu...... Através do codinome, da foto pela metade, e de não ter divulgado para ninguém a minha nova diversão, acho que consigo me preservar de certa forma...

Falo um monte, desabafo, coloco vários fantasmas para fora, mas meus amigos, são pouquíssimos que sabem o endereço do blog... Quando escrevem, usam codinomes também...

Conto nos dedos das mãos os que sabem... A maioria das pessoas que lêem me escrevem emails e não conheço...

Está sendo uma grata surpresa para mim, poder trocar experiências sobre determinados assuntos que escrevo despretenciosamente... Além do que, é uma terapia baratinha, baratinha...rs

Beijocas!!!

Bebete Indarte disse...

Minha vida sempre foi um livro parcialmente aberto escrito por mim...tola, idiota, inocente...mas há coisas que não conto, não dou detalhes, e manipulo, os outros pensam que sabem...sou uma atriz e meu palco é a vida.
Minha insconstância e versatilidade pode ser tanto qualidades nocivas, quanto minha própria redenção. Regras???
Quase não leio blogs, nunca gostei de BIG BROTHERS. Não futrico na vida alheia...tô muito preocupada com a minha.
Eu posso até magoar os outros, porque sou impulsiva, mas sempre os mais próximos...e quem não faz?
Tive uma briga de amizade no orkut, que teve consequências emocionais dramáticas, até piores que meu divórcio. E ninguém me consolou, chamei-a de hipócrita. Tive que esperar dar o tempo ao tempo...e sofri muito por ser um livro aberto, por ter sido impulsiva, sempre fui expansiva e acreditei nos outros. Agora me fecho, faço cara de paisagem, as vezes toscana, às vezes siberiana...
É muito desgastante ser superficial, mas cada um faz do blog o seu próprio espaço. Ninguém é obrigado a ler. Né? E eu leio só o que me TOCA, me agrada...tenho preguiça com comparações.