quinta-feira, setembro 27, 2007

My dear Blythe




Como volta e meia alguém vem me falar das adoráveis bonequinhas que povoam as páginas deste blog - e porque ontem mesmo estava conversando com a Anna sobre marcadores - decidi unir o útil ao agradável e criar um marcador só para as minhas Blythes. Diga-se de passagem, minhas no sentido figurado da palavra porque tem gente que realmente acredita que eu tenha dinheiro suficiente pra comprar estas bonecas de verdade!!! Quem dera...

Agora quem gosta das bonequinhas, é só clicar no marcador e se deliciar com as fotos postadas ao longo do ano (e cá entre nós, elas são mesmo irresistíveis).

Conselho de amigo

Hoje vou seguir o conselho de um amigo blogueiro (mas acima de tudo amigo né, Antônio?) e escrever de qualquer jeito, porque se for ficar esperando a inspiração vir, desconfio que nunca mais escrevo por aqui (e vocês vão ter de esperar sentados).

Não é que faltem novidades, falta é disposição mesmo, juro por Deus! Nos últimos tempos faltam palavras, mas sobram emoções - sim, o coração continua batendo forte, obrigada. Ando vivendo muito e sentindo mais ainda (porque é assim que a vida deve ser). E o blog meio que ficou para segundo plano, pelo menos até a vida voltar ao normal. Se bem que por mim nem precisa mais voltar ao normal não - é que já estou me acostumando com esta loucura boa.

Mas hoje o que eu queria dizer é isso: há luz no fim do túnel...A gente vive, a gente aprende, a gente sobrevive. E se comparar minha vida hoje com a vida que eu levava há 1 ou 2 anos atrás, hoje sobram motivos para ser grata (e o motivo mais óbvio vocês podem adivinhar).

Gratidão for não ter desistido da batalha e por estar viva, vivendo um dia de cada vez. Gratidão porque a dor me tornou mais sábia, mais forte e mais determinada a lutar pela minha felicidade. Gratidão porque finalmente aprendi o que quero e o que não quero desta vida (e acreditem: não é pouca gente que se debate com essas questões por anos e anos). Redefini prioridades, aprendi a definir meus limites, aprendi que respeito próprio é bom e que amor-próprio é fundamental. Aprendi que temos de abrir mão do velho pra deixar o novo entrar na nossa vida. Aprendi que na vida tudo são ciclos. E que a gente precisa seguir em frente apesar do medo.

Uma das coisas pela qual sou grata atualmente é ver meu filho bem adaptado à nova escola (em breve escreverei um post à parte sobre isso, pra quem acompanhou o drama dos últimos meses). É um alívio constatar que no final das contas, tomamos a melhor decisão. E é muito bom perceber a diferença em cada pequeno detalhe, ver uma criança desabrochando a cada dia e se transformando em gente. Porque quem tem criança em casa sabe muito bem como é isso...a gente se distrai um pouco, o tempo passa e um belo dia a gente descobre que eles viraram gente!!! Meu filho já completa 8 anos ano que vem e volta e meia me surpreende com suas tiradas.

Mas por hoje é só...vou ali e já volto!

segunda-feira, setembro 17, 2007

Cultura pop japonesa

Este fim-de-semana finalmente fui com F. assistir à exposição do artista japonês Yoshitomo Nara (1959) em Haia. Um artista super contemporâneo, influenciado pela subcultura dos comic books (em especial a escola japonesa manga) e pelo punk rock. Ilustrações aparentemente inocentes de crianças e bichinhos em tons pastel escondem a perversão e a violência subjacentes às imagens (e, em última instância, à cultura japonesa). Porque o mundo de Nara não é brincadeira de bonecas, basta observar de perto a fisionomia dessas bonequinhas...isso sem falar nas facas e armas que algumas dessas inocentes figuras carregam. Raiva, ódio, melancolia, medo e outras emoções menos nobres são presença recorrente na obra deste japonês. É ver para crer.

A organização do espaço da exposição também é um detalhe interessante, com casinhas de madeira compondo uma instalação que permite ao público interagir com as obras expostas de forma original. É que você acaba sendo obrigado a ver a mesma obra sob diferentes ângulos à medida em que avança na exposição! Ou seja, aquele detalhe que de perto você não percebeu, mais adiante você vira, olha de novo e lá está ele. Simples e genial. Porque na vida como na arte, no final das contas é tudo uma questão de ângulo (e claro, interpretação).

Depois da visita ao museu ainda aproveitamos a inspiração japonesa pra comer sushi...Muito sushi!

quarta-feira, setembro 12, 2007

Parabéns, blogueiros (Ivan Lessa)

Não fui eu quem disse. Deu no jornal. Num artigo de Scott Rosenberg. Saiu no The Guardian. Scott é co-fundador do prestigiadíssimo sítio Salon, autor do livro Sonhando em Código e blogueia em wordyard.com.


O autor e blogueiro começa seu artigo dizendo que, neste impagável ano da graça de 2007, o ato de bloguear está completando 10 anos de vida.


Em seguida, põe o fato em dúvida: argumenta que é o que dizem. Que o apagar de velinhas merece ser posto em dúvida. Portanto, logo de início, o jornalista, autor, sitiante e blogueiro põe na mesa as credenciais.


Faz o que toda gente dessa estirpe deve fazer: levantar dúvidas. Como bom blogueiro. Dúvidas quanto ao aniversário. Verdade que a cara dele foi livrada pelo próprio, uma vez que optou pela solução Gutemberg.


Fosse no blogue dele, lá estariam os habituais 81 comentários: xingando, duvidando, dando dados, subtraindo informações. O de sempre, enfim.


Tudo bem. Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo.


Parafraseio um trecho de Rosenberg, que insiste no fato de não haver uma data precisa para a comemoração. O Wall Street Journal, que não é bem uma publicação de se jogar fora, afirmou em artigo recente que o “primeiro blogueiro” (atenção para as aspas) foi um cavalheiro por nome Jorn Barger, com um – para dar o nome de batismo completo – weblog intitulado Robot Wisdom, ou seja, sabedoria robô.


Besteira do Journal: choveram reclamações, blogueou-se adoidado por este mundo afora, todos blogueadores gozando e reafirmando o fato de que não tem jeito mesmo, jornal e jornalismo nunca irão publicar as coisas direitinhas como eles são, foram ou deixaram de ser.


Mais um confronto entre papel e eletrônica. Esta última, ao que parece, ganhando de lavagem, ao menos em números.


Certos fatos (ou factos)

Em primeiro lugar, toda a graça dos blogues é que não há fatos. Há suposições, há versões, há interpretações. O mundo é muito pessoal e só pessoalmente há como entendê-lo e interpretá-lo.


Mais: o mundo começa em casa, diante do computador e o longo e, por vezes, doloroso processo de pesquisar as coisas que vai se bloguear.


Ainda mais: o blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos.


Ou ainda se posta (post?) um clipe da Ava Gardner ou do Errol Garner tocando Laura no piano. É a pura vontade de se botar para fora, em ordem e pensado, o que se passou e passa pela cabeça do indivíduo. E o que a ele dá prazer ou alegria.


Eu, cá entre nós, sou chegado aos blogues que lidam com as coisas que me falam mais de perto aos meus interesses: música popular de qualidade, cinema, passadismos.


Política me deixa gelado. Meu negócio é papo. Não entra na fila dos comentários por pura timidez. Embora já tenha entrado, dados meus pontapés e dito minhas besteiras.


Sem livro, please

Os blogues já foram reunidos e publicados em livro. Em muitas línguas. Principalmente em inglês, que é a língua da Net. Até agora. Já teve livro inclusive em nosso português.


Antes, claro, da reforma ortográfica que vem aí. No que aproveito para dar – não usarei o termo “pauta” – uma deixa: blogueiem com fúria essa reforma. Com fervor: por favor.


Mas eu dizia que blogue em livro não funciona. Mesmo. Vira velho de terno e gravata de pé em frente à praia com a mão direita no bolso urubuservando as mocinhas que passam. Há uma certa obscenidade no blogue em formato de livro.


Blogue, essa a verdade, é o maior buteco do mundo. Buteco, sim, senhor. Com U. O que só se pode discutir em blogue. Outro que também merece uma lenha: é blog ou blogue? É site ou sítio? Eu prefiro sítio. Porque me lembra o Picapau Amarelo. Eu prefiro blogue. Talvez porque tenha uma pinta assim de blague.


Senta aí, companheiro. Puxe uma cadeira. Vai querer o quê? Uma cerveja estupidamente gelada? No problemo, como dizem os Bart Simpson da vida. Diga lá. Vamos.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Ploft pluft !

Mais um fim-de-semana perfeito pra recarregar as baterias...Teve paella de frutos do mar no nosso restaurante espanhol favorito. Teve Kill Bill 1, Kill Bill 2, Shrek 3 e Sideways, porque com dois cinéfilos não podia mesmo ser diferente. Teve Feira Paranormal (nem queiram saber o que é isso) e pra fechar o fim-de-semana com chave de ouro, ainda ganhei meu primeiro iPod (nano), que foi logo carregado com algumas das minhas músicas favoritas!

E sim meus caros amigos, os fantasmas se evanesceram no ar, um por um...ploft pluft! E eu decidi parar de fazer drama e aceitar esta felicidade que se instalou de repente na minha vida quando eu menos esperava (é que estou reaprendendo a ser feliz). E digo mais: pelo andar da carruagem, desconfio que não cabe mais drama na vida desta humilde blogueira.





PS. Schat, bedankt voor alles.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Tô cansada...

Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Do sentido da vida...

Ando de cabeça cheia e sem vontade nenhuma de escrever. Enquanto isso, fico aqui conversando com meus botões e tratando de fazer sentido da vida. Esta mente inquieta que não me deixa sossegar por muito tempo, que me leva por caminhos tortuosos para, na melhor das hipóteses, me trazer de volta renovada. Minha cabeça e suas revoluções por minuto. E não esquecer que é um dia de cada vez, porque não há outra maneira de viver.

Mas aviso aos navegantes que os dias têm sido bons (no news is good news), emoções plenas, alguns sustos menores ao longo do percurso porque a vida tem o hábito de nos surpreender. E quando não é ela que nos prega peças, somos nós que nos surpreendemos a nós mesmos. O ser humano é um enigma...Uma corrente de pensamentos vagos e emoções à flor da pele. Nessas horas respiro fundo e tento seguir em frente de cabeça erguida e sem medo (ou apesar dele, o que é ainda melhor). Porque convenhamos: a vida não é para os covardes e sim para aqueles que têm coragem de viver. E sim, viver é correr riscos.

No mais, a vida flui. E hoje eu só tenho uma certeza: tudo é exatamente como deveria ser.
Esta espécie de loucura (Fernando Pessoa)


Esta espécie de loucura

Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.

sábado, setembro 01, 2007

Sites indispensáveis

Estava eu outro dia lendo este artigo na Time e decidi colocar aqui um post de utilidade pública. Segue a minha listinha de sites indispensáveis os quais não poderia viver sem e que certamente consultaria em uma ilha deserta se tivesse comigo um laptop (porque ilha deserta sem laptop deve ser uma tristeza, viu...). Já aviso que muitos deles já está no listão da Time, não tem jeito.

1. Internet Movie Database
2. Guardian Unlimited Books
3. Guardian Unlimited Films
4. National Geographic Channel
5. Lonely Planet
6. Wikipedia
7. Flickr
8. TV links (cortesia da Anna)
9. BBC Science and Nature
10. BBC Learning
11. BBC Relationships
12. Ask Men (last but not least, hehehe)



Tecnologia do Blogger.

My dear Blythe




Como volta e meia alguém vem me falar das adoráveis bonequinhas que povoam as páginas deste blog - e porque ontem mesmo estava conversando com a Anna sobre marcadores - decidi unir o útil ao agradável e criar um marcador só para as minhas Blythes. Diga-se de passagem, minhas no sentido figurado da palavra porque tem gente que realmente acredita que eu tenha dinheiro suficiente pra comprar estas bonecas de verdade!!! Quem dera...

Agora quem gosta das bonequinhas, é só clicar no marcador e se deliciar com as fotos postadas ao longo do ano (e cá entre nós, elas são mesmo irresistíveis).

Conselho de amigo

Hoje vou seguir o conselho de um amigo blogueiro (mas acima de tudo amigo né, Antônio?) e escrever de qualquer jeito, porque se for ficar esperando a inspiração vir, desconfio que nunca mais escrevo por aqui (e vocês vão ter de esperar sentados).

Não é que faltem novidades, falta é disposição mesmo, juro por Deus! Nos últimos tempos faltam palavras, mas sobram emoções - sim, o coração continua batendo forte, obrigada. Ando vivendo muito e sentindo mais ainda (porque é assim que a vida deve ser). E o blog meio que ficou para segundo plano, pelo menos até a vida voltar ao normal. Se bem que por mim nem precisa mais voltar ao normal não - é que já estou me acostumando com esta loucura boa.

Mas hoje o que eu queria dizer é isso: há luz no fim do túnel...A gente vive, a gente aprende, a gente sobrevive. E se comparar minha vida hoje com a vida que eu levava há 1 ou 2 anos atrás, hoje sobram motivos para ser grata (e o motivo mais óbvio vocês podem adivinhar).

Gratidão for não ter desistido da batalha e por estar viva, vivendo um dia de cada vez. Gratidão porque a dor me tornou mais sábia, mais forte e mais determinada a lutar pela minha felicidade. Gratidão porque finalmente aprendi o que quero e o que não quero desta vida (e acreditem: não é pouca gente que se debate com essas questões por anos e anos). Redefini prioridades, aprendi a definir meus limites, aprendi que respeito próprio é bom e que amor-próprio é fundamental. Aprendi que temos de abrir mão do velho pra deixar o novo entrar na nossa vida. Aprendi que na vida tudo são ciclos. E que a gente precisa seguir em frente apesar do medo.

Uma das coisas pela qual sou grata atualmente é ver meu filho bem adaptado à nova escola (em breve escreverei um post à parte sobre isso, pra quem acompanhou o drama dos últimos meses). É um alívio constatar que no final das contas, tomamos a melhor decisão. E é muito bom perceber a diferença em cada pequeno detalhe, ver uma criança desabrochando a cada dia e se transformando em gente. Porque quem tem criança em casa sabe muito bem como é isso...a gente se distrai um pouco, o tempo passa e um belo dia a gente descobre que eles viraram gente!!! Meu filho já completa 8 anos ano que vem e volta e meia me surpreende com suas tiradas.

Mas por hoje é só...vou ali e já volto!

Cultura pop japonesa

Este fim-de-semana finalmente fui com F. assistir à exposição do artista japonês Yoshitomo Nara (1959) em Haia. Um artista super contemporâneo, influenciado pela subcultura dos comic books (em especial a escola japonesa manga) e pelo punk rock. Ilustrações aparentemente inocentes de crianças e bichinhos em tons pastel escondem a perversão e a violência subjacentes às imagens (e, em última instância, à cultura japonesa). Porque o mundo de Nara não é brincadeira de bonecas, basta observar de perto a fisionomia dessas bonequinhas...isso sem falar nas facas e armas que algumas dessas inocentes figuras carregam. Raiva, ódio, melancolia, medo e outras emoções menos nobres são presença recorrente na obra deste japonês. É ver para crer.

A organização do espaço da exposição também é um detalhe interessante, com casinhas de madeira compondo uma instalação que permite ao público interagir com as obras expostas de forma original. É que você acaba sendo obrigado a ver a mesma obra sob diferentes ângulos à medida em que avança na exposição! Ou seja, aquele detalhe que de perto você não percebeu, mais adiante você vira, olha de novo e lá está ele. Simples e genial. Porque na vida como na arte, no final das contas é tudo uma questão de ângulo (e claro, interpretação).

Depois da visita ao museu ainda aproveitamos a inspiração japonesa pra comer sushi...Muito sushi!

Parabéns, blogueiros (Ivan Lessa)

Não fui eu quem disse. Deu no jornal. Num artigo de Scott Rosenberg. Saiu no The Guardian. Scott é co-fundador do prestigiadíssimo sítio Salon, autor do livro Sonhando em Código e blogueia em wordyard.com.


O autor e blogueiro começa seu artigo dizendo que, neste impagável ano da graça de 2007, o ato de bloguear está completando 10 anos de vida.


Em seguida, põe o fato em dúvida: argumenta que é o que dizem. Que o apagar de velinhas merece ser posto em dúvida. Portanto, logo de início, o jornalista, autor, sitiante e blogueiro põe na mesa as credenciais.


Faz o que toda gente dessa estirpe deve fazer: levantar dúvidas. Como bom blogueiro. Dúvidas quanto ao aniversário. Verdade que a cara dele foi livrada pelo próprio, uma vez que optou pela solução Gutemberg.


Fosse no blogue dele, lá estariam os habituais 81 comentários: xingando, duvidando, dando dados, subtraindo informações. O de sempre, enfim.


Tudo bem. Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo.


Parafraseio um trecho de Rosenberg, que insiste no fato de não haver uma data precisa para a comemoração. O Wall Street Journal, que não é bem uma publicação de se jogar fora, afirmou em artigo recente que o “primeiro blogueiro” (atenção para as aspas) foi um cavalheiro por nome Jorn Barger, com um – para dar o nome de batismo completo – weblog intitulado Robot Wisdom, ou seja, sabedoria robô.


Besteira do Journal: choveram reclamações, blogueou-se adoidado por este mundo afora, todos blogueadores gozando e reafirmando o fato de que não tem jeito mesmo, jornal e jornalismo nunca irão publicar as coisas direitinhas como eles são, foram ou deixaram de ser.


Mais um confronto entre papel e eletrônica. Esta última, ao que parece, ganhando de lavagem, ao menos em números.


Certos fatos (ou factos)

Em primeiro lugar, toda a graça dos blogues é que não há fatos. Há suposições, há versões, há interpretações. O mundo é muito pessoal e só pessoalmente há como entendê-lo e interpretá-lo.


Mais: o mundo começa em casa, diante do computador e o longo e, por vezes, doloroso processo de pesquisar as coisas que vai se bloguear.


Ainda mais: o blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos.


Ou ainda se posta (post?) um clipe da Ava Gardner ou do Errol Garner tocando Laura no piano. É a pura vontade de se botar para fora, em ordem e pensado, o que se passou e passa pela cabeça do indivíduo. E o que a ele dá prazer ou alegria.


Eu, cá entre nós, sou chegado aos blogues que lidam com as coisas que me falam mais de perto aos meus interesses: música popular de qualidade, cinema, passadismos.


Política me deixa gelado. Meu negócio é papo. Não entra na fila dos comentários por pura timidez. Embora já tenha entrado, dados meus pontapés e dito minhas besteiras.


Sem livro, please

Os blogues já foram reunidos e publicados em livro. Em muitas línguas. Principalmente em inglês, que é a língua da Net. Até agora. Já teve livro inclusive em nosso português.


Antes, claro, da reforma ortográfica que vem aí. No que aproveito para dar – não usarei o termo “pauta” – uma deixa: blogueiem com fúria essa reforma. Com fervor: por favor.


Mas eu dizia que blogue em livro não funciona. Mesmo. Vira velho de terno e gravata de pé em frente à praia com a mão direita no bolso urubuservando as mocinhas que passam. Há uma certa obscenidade no blogue em formato de livro.


Blogue, essa a verdade, é o maior buteco do mundo. Buteco, sim, senhor. Com U. O que só se pode discutir em blogue. Outro que também merece uma lenha: é blog ou blogue? É site ou sítio? Eu prefiro sítio. Porque me lembra o Picapau Amarelo. Eu prefiro blogue. Talvez porque tenha uma pinta assim de blague.


Senta aí, companheiro. Puxe uma cadeira. Vai querer o quê? Uma cerveja estupidamente gelada? No problemo, como dizem os Bart Simpson da vida. Diga lá. Vamos.

Ploft pluft !

Mais um fim-de-semana perfeito pra recarregar as baterias...Teve paella de frutos do mar no nosso restaurante espanhol favorito. Teve Kill Bill 1, Kill Bill 2, Shrek 3 e Sideways, porque com dois cinéfilos não podia mesmo ser diferente. Teve Feira Paranormal (nem queiram saber o que é isso) e pra fechar o fim-de-semana com chave de ouro, ainda ganhei meu primeiro iPod (nano), que foi logo carregado com algumas das minhas músicas favoritas!

E sim meus caros amigos, os fantasmas se evanesceram no ar, um por um...ploft pluft! E eu decidi parar de fazer drama e aceitar esta felicidade que se instalou de repente na minha vida quando eu menos esperava (é que estou reaprendendo a ser feliz). E digo mais: pelo andar da carruagem, desconfio que não cabe mais drama na vida desta humilde blogueira.





PS. Schat, bedankt voor alles.

Tô cansada...

Hoje só vou dizer uma coisa. Tô tão cansada de ser eu mesma que queria tirar férias de mim mesma e ir pra bem longe! O que obviamente não mudaria nada porque a gente sempre carrega a si mesmo por onde quer que ande. A gente sempre carrega os problemas conosco, onde quer que andemos por este planeta. Mas eu tô tão cansada de tanta emoção à flor da pele, de tantos pensamentos descontrolados, destes momentos de desorientação que surgem assim do nada. Acima de tudo, cansada desta intensidade que dói no peito e que me é tão conhecida. Cansada de complicar o que é simples, cansada dos dramas que só existem dentro da minha cabeça. Ser eu mesma cansa. É que eu não tenho meio-termo. E quando observo as pessoas à minha volta, desconfio que até hoje não aprendi a viver. Todo mundo parece simplesmente viver a vida e eu estou sempre me debatendo com meus fantasmas. Sempre me debatendo comigo mesma.

Eu juro que queria acordar um dia e não ser eu mesma. Nem que fosse somente por um dia, brincar de ser outra pessoa... férias de mim mesma antes de seguir em frente me debatendo com fantasmas que, no final das contas, não passam disso. Fantasmas, criações da minha mente.

Do sentido da vida...

Ando de cabeça cheia e sem vontade nenhuma de escrever. Enquanto isso, fico aqui conversando com meus botões e tratando de fazer sentido da vida. Esta mente inquieta que não me deixa sossegar por muito tempo, que me leva por caminhos tortuosos para, na melhor das hipóteses, me trazer de volta renovada. Minha cabeça e suas revoluções por minuto. E não esquecer que é um dia de cada vez, porque não há outra maneira de viver.

Mas aviso aos navegantes que os dias têm sido bons (no news is good news), emoções plenas, alguns sustos menores ao longo do percurso porque a vida tem o hábito de nos surpreender. E quando não é ela que nos prega peças, somos nós que nos surpreendemos a nós mesmos. O ser humano é um enigma...Uma corrente de pensamentos vagos e emoções à flor da pele. Nessas horas respiro fundo e tento seguir em frente de cabeça erguida e sem medo (ou apesar dele, o que é ainda melhor). Porque convenhamos: a vida não é para os covardes e sim para aqueles que têm coragem de viver. E sim, viver é correr riscos.

No mais, a vida flui. E hoje eu só tenho uma certeza: tudo é exatamente como deveria ser.

Esta espécie de loucura (Fernando Pessoa)



Esta espécie de loucura

Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.

Sites indispensáveis

Estava eu outro dia lendo este artigo na Time e decidi colocar aqui um post de utilidade pública. Segue a minha listinha de sites indispensáveis os quais não poderia viver sem e que certamente consultaria em uma ilha deserta se tivesse comigo um laptop (porque ilha deserta sem laptop deve ser uma tristeza, viu...). Já aviso que muitos deles já está no listão da Time, não tem jeito.

1. Internet Movie Database
2. Guardian Unlimited Books
3. Guardian Unlimited Films
4. National Geographic Channel
5. Lonely Planet
6. Wikipedia
7. Flickr
8. TV links (cortesia da Anna)
9. BBC Science and Nature
10. BBC Learning
11. BBC Relationships
12. Ask Men (last but not least, hehehe)