segunda-feira, dezembro 29, 2008

Começar de novo

Ano novo, vida nova...como dizem por aí. E todo ano eu comento por aqui que não sou daquelas que acredita que é só virar uma página do calendário pras coisas milagrosamente mudarem. Pra tudo entrar milagrosamente nos eixos. As maiores mudanças na vida da gente não ocorrem da noite para o dia. Elas demoram anos pra se concretizar (eu que o diga, meus caros amigos). São processos muitas vezes inconscientes que quem está do lado de fora consegue distinguir melhor do que quem está dentro - e não é sempre assim? É preciso tempo e uma certa distância pra discernir (e digerir) esses processos.

Só sei que eu mesma ando bastante impaciente pra terminar 2008, embora saiba que a pressa é inimiga da perfeição (e é mesmo). E sei que existem dois tempos: o tempo externo e o tempo interno. O tempo externo é marcado pelas estações e pelo passar dos anos. Pelas pessoas ao nosso redor, suas expectativas e nossas expectativas em relação a elas e a nós mesmos. Já o tempo interno é um processo mais inconsciente do que consciente, é o tempo de cada um. Este é preciso respeitar, acima de tudo e de todos. Não adianta querer colocar a carruagem na frente dos cavalos, não adianta querer que tudo mude agora. As coisas mudam o tempo todo, mas tudo a seu tempo. É preciso paciência e sabedoria pra entendermos isso.

A verdade é que começar de novo a gente começa mesmo é todo dia. Cada novo dia é uma nova oportunidade de reescrever a nossa estória. Cada dia decidimos se é hora de aprender com os erros em vez de repeti-los (porque errar é humano mas repetir os erros é burrice). E se formos pensar bem, cada dia traz consigo pequenas mudanças. Devagar e sempre é que se anda.

Eu sei que minha vida emocional hoje é (muito) melhor do que há 2 anos. Assim como também sei que ainda tenho muito a resolver no aspecto profissional e financeiro (e já tomei as primeiras medidas). Mas felizmente as coisas se arrumam com o tempo. Mesmo que não seja o tempo que a gente gostaria, mesmo que a gente tenha pressa. Meu amigo Pedro vem praticamente todos os anos me visitar aqui na Holanda. E conversando com ele outro dia, ele disse uma daquelas grandes verdades que só quem te conhece praticamente a vida inteira é capaz de dizer (nos conhecemos há 23 anos). Ele me fez ver que embora as coisas não pareçam estar mudando na rapidez que eu desejava, elas estão mudando e muito. Então eu parei pra pensar e concluí que ele tinha razão. E fiquei feliz, muito feliz.

Pra frente é que se anda. Então feliz ano novo pra você(s)!



PS. A foto é do relógio astrológico de Praga, que tive a sorte de conhecer em 2007. O relógio é lindo e a cidade mais ainda. Vale a pena visitar!

terça-feira, dezembro 23, 2008

Gwyneth Paltrow e a cabala

A internet e suas surpresas...Acabei de ler um texto excelente no site da atriz Gwyneth Paltrow (sim, ela mesma). E eu nem sabia que ela tinha um site tão legal e ainda por cima, informativo. Quem tem interesse em saúde e espiritualidade pode conferir aqui. E tem ainda dicas de receitas culinárias, compras de natal e exposições em Londres, NY e Los Angeles. Enfim, um pouco de tudo.

Mas o texto que eu gostei mesmo foi este aqui:


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Q:I have a friend who sees the world in a pessimistic light. This person is highly suspicious of people and situations, and sees, as well as experiences negativity at most turns. Why is this and what does it mean? What can be done to help someone of this nature?

A:What we see is who we are.

When we are in a good place, we see goodness all around us. When we are in a bad place, we see darkness. We might think we’re picking up these flaws in others because we are smarter or better. But the deeper truth is our judgments are merely an indication of where we are at spiritually.

Kabbalah teaches that within everything in this world can be found good and bad aspects. We choose – consciously or unconsciously – which part we wish to see. That choice is a reflection of who we are.

When we meet someone for the first time, we can focus on their positive or negative qualities. The direction we go in is a choice we are making. The same goes for new situations. Obviously there are times we need to discern the pros and cons of people or situations because it affects our well-being. That’s part of life. But most of the time when we judge it is not out of necessity to make a decision, it is simply because our negativity causes us to see negativity in others.

In addition to indicating where we are at, there is an exchange of energy when we judge someone. Kabbalah explains that focusing on someone’s negativity actually brings that energy into our lives! Certainly, no one wants to consciously bring negativity into our lives, which is the whole concept; we are unaware.

This week, the lesson for us is twofold. First, be aware of this concept: what I see is where I am at. Develop within yourself the proactive ability to focus only on the good in people or situations. Second, know that by seeking out the positive in others and in all aspects of life, you are awakening – and strengthening – that goodness inside of you.

Michael Berg, Co-Director of the Kabbalah Centre

sábado, dezembro 20, 2008

O melhor do natal

Lembrem-se: o melhor do natal não são os presentes - por mais especiais que eles sejam. Não são as ceias - por mais deliciosas que elas sejam. O melhor do natal são as pessoas que a gente ama e que amam a gente. São as pessoas que temos à nossa volta, não apenas nos momentos de alegria e celebração mas (principalmente) naqueles momentos em que as coisas não vão bem e a gente tem vontade de chorar. O melhor do natal são os familiares. E os amigos - que são o mesmo que família pra quem não tem família perto como eu. Eu sempre gostei daquele ditado que diz que os amigos são a família que a gente escolhe...porque é isso mesmo!

Então decidi parar na correria de mais um natal pra desejar a todos muita PAZ, SAÚDE e ALEGRIA em suas vidas, hoje e sempre. E que a gente possa aprender de uma vez por todas a dar valor ao que temos, em vez de suspirarmos pelo que não temos (a grama do vizinho nem sempre é mais verde, é só saber olhar direito). Que a gente aprenda que mais importante do que ter é ser. E que a gente aprenda que as coisas mais importantes da vida não tem preço. Na verdade, elas não custam nada e valem mais do que ouro. Amor, amizade, paz de espírito.

Bicharada

Aqui em casa eles fazem um sucesso danado. Filmes com bichos, de preferência cachorros - embora os gatos também sejam favoritos da mãe e do menino. Assim sendo, volta e meia me vejo assistindo um desses filmes com o Liam. Lassie, Beethoven (especialmente o primeiro e o segundo filmes, depois vai perdendo a graça), o adorável Benji e o divertido trio de Homeward Bound I e II. Das fotos abaixo, confesso que ainda não tive a oportunidade de conferir The 12 Dogs of Christmas, que acabei de comprar pra dar de natal pro meu filho. Mas me parece ser uma história de natal inesquecível...Em outras palavras, irresistível.

Títulos recomendados para quem tem criança em casa e principalmente para as férias escolares - como agora aqui na Holanda em que as crianças têm duas semanas de férias entre natal e ano novo. Diversão garantida para toda a família. A menos que você odeie cães e gatos, é claro!





quinta-feira, dezembro 18, 2008

100% fofo


Minha amiga Anna (aka Annix) sempre me aparece com uns links geniais, então vou dividir este aqui com vocês pra quem como eu, adora coisas fofas em geral e ilustração em particular (por essas e outras, sou fissurada em livros infantis).

O link para o site é: toscomics. Leiam e divertam-se!

PS. Infelizmente, a escolha da tira acima não foi mera coincidência mas 2008 já está quase acabando então espero que a maré melhore logo logo! Ando comendo o pão que o diabo amassou...e ele é mesmo muito ruim.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Chick Lit















Como muitos já devem ter percebido, eu gosto de ler. E muito. Eu leio literatura, eu leio jornais, eu leio revistas, eu leio quadrinhos, eu leio livro de receitas, eu leio mapa astral, eu leio até bula de remédio. E sim, eu leio em vários idiomas. E confesso que vez ou outra adoro uma chick lit bem escrita.

Pois a Anna esteve aqui em casa outro dia e deixou uns exemplares pra eu ler. Depois de rir, chorar (e chorar de rir) com os contos originais e pra lá de inusitados do livro No One Belongs Here More Than You da Miranda July (escritora, atora e diretora de cinema), decidi encarar um livro da Adele Parks, que nunca havia lido antes. A verdade é que chick lit é um gênero muito explorado nos últimos anos e eu até me atreveria a dizer que a grande maioria dos títulos não chega a valer a pena mas felizmente existem exceções. Sem falar que existem momentos na vida da gente que a melhor coisa que podemos fazer por nós mesmas é pegar um chick lit e devorá-lo o mais rápido possível. Leitura altamente recomendada para momentos de crise e confusão, em que a gente precisa dar um tempo e relaxar. De preferência acompanhada de uma boa dose de chocolate!

Mas voltando ao livro da Adele Parks, The Other Woman´s Shoes lida com um tópico mais do que comum neste tipo de literatura, que é a busca do amor perfeito. Ou melhor dizendo, daquele amor que a gente só encontra mesmo nos filmes de holywood e em alguns romances cor-de-rosa...No livro, duas irmãs vivem estilos de vida totalmente opostos até o dia em que o destino decide pregar uma de suas peças - e o destino vive pregando peças - e elas acabam trocando de lugar, assim de um dia para o outro. Com a nossa situação e nova perspectiva, elas começam a perceber que nem tudo é o que parece. Ou seja, as aparências enganam...e muito. Na mesma noite em que Eliza decide abandonar o namorado de 4 anos com quem se dá muito bem e sair em busca do marido perfeito que lhe dê segurança e estabilidade, o marido de sua irmã decide abandoná-la depois de 10 anos de casamento, com duas crianças pequenas e sem maiores explicações.

That´s all for now, folks! Qualquer hora dessas quando tiver mais tempo volto para dar umas dicas de chick lit pra vocês. Ler é bom demais...


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A título de esclarecimento: Miranda July não é absolutamente o que se poderia chamar de chick lit (na definição usual da palavra) e sim uma chick extraordinária com uma extensa produção artística. Pra quem não sabe, ela também dirigiu e atuou no filme You Me and Everyone We Know. Mais um daqueles filmes que você ama ou odeia. Pensando bem, no meu caso não foi nem uma coisa nem outra. Mas que o filme é bem curioso, isso é! E tem umas tiradas memoráveis.

Personalidade do ano

Como não poderia deixar de ser depois do enorme furor que causou na eleição presidencial americana - não apenas nos EUA como no mundo inteiro - a revista TIME acaba de premiar Obama com o título de Person of the Year 2008. Certamente um dos personagens mais carismáticos dos últimos tempos num momento em que o mundo vive uma grande crise mundial. Eu particularmente não acredito em salvador da pátria mas espero que ele consiga fazer um governo decente, na medida de suas possibilidades. E espero que ele consiga desfazer algumas das merdas que Bush fez pelo mundo afora, a começar pela guerra do Iraque (pensando bem, a lista de merdas seria infindável). Porque é mais do que hora de mudança! Eu fico aqui na torcida para que Obama possa ajudar na criação de um mundo melhor e mais justo.

PS. A eleição do novo presidente coincidiu com um período de profundas mudanças na minha vida pessoal. Daquelas coincidências da vida que a gente não pode deixar de comentar (mas prefiro ficar calada por enquanto).

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Querem saber de uma coisa?

Por mim este ano já tinha acabado...porque tá f@da mesmo!!! Um passo pra frente, dois pra trás. E eu não vejo a hora de virar esta página. Quando fiquei animada pensando que estava melhorando e já planejando começar a nadar 1x semana, eis que a dor desgraçada no nervo da perna (ciática) volta de novo e meus inocentes planos vão por água abaixo.

O pior de estar/ficar doente é a impotência. Porque o corpo simplesmente não quer saber dos nossos planos. Ele tem seus próprios planos e a gente pode até fazer pirraça mas quando o corpo entra em greve, não tem discussão e ponto final. E cá estou eu tomando analgésicos de novo desde domingo passado. Vários ao dia. De manhã a dor é tão chata que eu simplesmente fico deitada na cama até passar. De tarde melhora um pouco e à noite eu até consigo ter uma vida um pouco normal (lol). Essa semana não consegui fazer nada do que estava planejado, hoje de manhã até fisioterapia cancelei! É amigos, inferno astral ou não, só vou dizer que não está sendo fácil. Estou me sentindo uma inválida e emocionalmente isso pesa pra caramba. Sim, faz parte do quadro mas mesmo assim...Liguei pra médica na terça e ela disse que não tem jeito: remédios, descanso moderado (ficar na cama o tempo todo também não pode) e muita fisioterapia nos próximos meses. E por via das dúvidas, estou pensando em fazer acupuntura também.

Pra finalizar, me recuso a fazer o balanço deste ano...embora inevitavelmente sempre acabemos fazendo um balanço - consciente ou inconsciente - nas últimas semanas. Eu só sei que o ano foi ruim, mas poderia ter sido pior. Conhecem aquela estória de feliz por comparação? Pois é, tem sempre alguém pior (e como). E ao menos tenho tido o apoio do F. e dos amigos, não sei o que seria de mim sem eles! Em suma, no aspecto profissional e de saúde 2008 foi uma grande #%!&*@, a grana sumiu do meu bolso mas o amor continua firme e forte. Uma daquelas ironias da vida. O que me faz lembrar um velho ditado: sorte no jogo, azar no amor (e vice-versa).

Pronto, tá feito o desabafo! E que venha 2009.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Tradição holandesa Nr.1



Amanhã não apenas é meu aniversário como também Sinterklaas, a maior tradição aqui na Holanda. O velhinho de barbas brancas consegue a façanha de ser mais popular do que Papai Noel aqui por essas bandas...Mas quem pensa que Sinterklaas é sinônimo de Santa Claus (o papai noel nos EUA e Inglaterra) se enganou redondamente! Eu mesma demorei anos pra entender essa estória, rsrsrs. Pois a estória começa em meados de novembro quando Sinterklaas e seus auxiliares (Zwarte Pieten) desembarcam na Holanda vindos da Espanha. Eles chegam oficialmente de barco (Pakjesboot) e a chegada é comemorada com muita alegria e estardalhaço por crianças e adultos (porque adulto também foi criança um dia!).

Eu confesso que nos meus primeiros anos de Holanda a festa passou meio que despercebida. Mas a partir do momento em que você tem criança(s) em casa, não tem mais jeito! Dezembro é sinônimo de Sinterklaas pra cá, Sinterklaas pra lá...festas nas escolas, no trabalho dos pais, desfiles pelas principais ruas das principais capitais. Vitrines de loja ricamente decoradas com presentes, chocolates e outras guloseimas tradicionais da data, etc. Outro dia mesmo estava eu andando calmamente pelo centro da cidade com F. e Liam num sábado à tarde quando esbarramos num monte de Zwarte Pieten montados a cavalo (as crianças deliram, claro). Paisagem inevitável do inverno holandês. Mas que é uma tradição muito legal, isso é (e não só para os holandeses como para muitos estrangeiros que vivem por aqui).

Então não fiquei surpresa ao ler outro dia no jornal que não apenas Sinterklaas é mais comemorado aqui do que o Natal (a segunda maior comemoração), como também as pessoas costumam gastar mais dinheiro em presentes nesta data. Ou seja, para quem tem crianças pequenas, o mês de dezembro não é caro: é caríssimo!!! Porque além dos tradicionais presentes de natal, os pais ainda devem providenciar os presentes de Sinterklaas.

Manda a tradição que nas duas semanas antes de 5 de dezembro, as crianças deixam seus sapatos na janela ou varanda, de preferência com uma cenoura ou maçã para o Américo (o cavalo branco do Sinterklaas, que até personagem de filme virou por aqui). Meu filho costuma deixar ainda um desenho feito por ele especialmente para o Sinterklaas (sério!). Todas as noites, os Zwarte Pieten visitam as casas das crianças e deixam uma pequena lembrança. Um presentinho, uma letra de chocolate com a inicial do nome da criança (ver fotos a seguir) e outras guloseimas tradicionais. Agora eu pergunto: quem vocês acham que compra todos esses presentes? Os pais, oras bolas!

Pra finalizar a festa, as famílias se reúnem no dia 5 (amanhã) para o Pakjes avond. A noite é comemorada entre amigos e familiares com um jantar especial e troca de presentes. E nas famílias mais tradicionais cada membro deve ainda escrever um poema a ser oferecido a uma pessoa (que geralmente é sorteada).

Sinterklaas: as guloseimas




Mudar é preciso

Resolvi aproveitar a onda do Obama (Time for Change) e encarar um novo e turbulento período de mudanças...Eu costumo demorar anos (literalmente) para tomar decisões importantes. Pra terem uma idéia, a última decisão importante que tomei na minha vida foi há cerca de 3 anos, quando pedi o divórcio. Desde então tenho sobrevivido, alguns meses melhores do que outros...mas olha, este ano foi duro de roer! As vacas nunca estiveram tão magras...e nem me falem em crise mundial porque aqui em casa já estou em crise há tempos (e meus amigos sabem que não estou exagerando).

A verdade é que a gente tenta tapar o sol com a peneira, fingir que está tudo bem e empurrar com a barriga. A gente vai levando, um dia de cada vez como costumo dizer, até que chega uma hora que não dá mais. Os problemas gritam por solução e você tem de se mexer. Ou vai, ou racha. E infelizmente eu sou daquelas pessoas que não sabe planejar as coisas (no future), eu simplesmente deixo as coisas acontecerem...e foi exatamente assim este ano. A sensação que tenho é que fui atropelada pelos dias, semanas e meses. E não teve jeito: foi só dezembro chegar pra crise se estabelecer. E não posso me dar ao luxo de esperar até janeiro pra fazer minhas resoluções de ano novo...Mudança já!

Aguardem cenas dos próximos capítulos.





PS. E sim, estou morrendo de medo...mas sabe aquelas horas na vida em que só temos um caminho a seguir? É isso, fazer o quê.

segunda-feira, novembro 24, 2008

O fim-de-semana

Por causa da hérnia e do processo lento de recuperação (o que inclui fisioterapia 2x semana), eu não ia à Haia desde início de outubro. Nas últimas sete semanas, foi F. que pegou o trem e veio ao meu encontro em Amsterdã. O único problema é que ele só pode vir no sábado e tem de ir embora domingo à noite por causa do trabalho. Então acabamos tendo somente duas tardes (meio) corridas e uma noite juntos (sem falar que por causa da hérnia, eu não estava autorizada a sair passeando pela cidade)...Em compensação, quando vou à Haia (como neste fim-de-semana), são duas tardes inteiras e três noites pra curtirmos a companhia um do outro. Porque vou te contar, tem horas que morar em cidades diferentes é um saco!

Assim sendo, aproveitamos o fim-de-semana como não fazíamos há tempos - e admito que já estava com saudades da nossa boa e velha rotina. Comemos em nossos restaurantes favoritos, começando pelo japonês já na sexta à noite quando cheguei porque eu estava morrendo de vontade de comer sushi! Sábado à tarde fomos ao cinema assistir Burn After Reading dos excelentes irmãos Coen (pode não ser o melhor filme deles mas eles simplesmente não conseguem fazer um filme ruim, sério). Depois do filme fomos jantar no Himalayan, um restaurante bom e barato com um ótimo menu de pratos tradicionais da Índia, Nepal e Butão. Daqueles endereços escondidos e sem maiores pretensões que oferece comida autêntica, sem frescura (e precisa mais?). Como não podia deixar de ser, o lugar é favorito dos locais e como tem poucas mesas, se você não fizer reservas nem adianta sair de casa. Nós mesmos já havíamos tentado umas duas vezes então dessa vez aprendemos. E valeu muito a pena!

Domingo fui à uma gigantesca Feira de Artes e Artesanato onde pude fazer um estoque básico de material de scrapbooking para o inverno (e quem visita este humilde blog deve lembrar dos meus cartões feitos à mão). Depois de duas horas rondando a feira (coitado do F.), saímos debaixo de neve. Paisagem branca, o inverno mostrando sua melhor cara e eu saí na rua com luvas e cachecol como não fazia há tempos. Tomamos o tram (bonde) rumo ao centro da cidade e fomos jantar no restaurante indonésio Srikandi, outro favorito. Estilo semelhante ao do indiano que acabei de citar: cozinha autêntica, boa e barata. Só que nesse já tínhamos ido outras vezes. E sempre voltamos.

E num fim-de-semana de muito frio, é claro que rolaram umas sessões de cinema debaixo das cobertas...Tem coisa melhor do que isso numa noite fria de inverno? Vimos o clássico Five Easy Pieces (1970) com um Jack Nicholson inacreditavelmente jovem e já muito talentoso. E também Pee-Wee´s Big Aventure (1985), um dos primeiros filmes de Tim Burton, um de nossos diretores favoritos. Diga-se de passagem, considerando-se que já assisti a quase todos os filmes do diretor, não entendo como não assisti a esse filme antes! Um típico Tim Burton com cenas hilárias e um toque inusitado de Mon Oncle e Mister Bean (se é que isso é possível). Fora isso, assistimos ainda vários episódios de X-files.

Fim-de-semana bom demais, exatamente o que eu estava precisando no meio deste inferno astral...

Conselho de amigo



terça-feira, novembro 18, 2008

Medium

"No creo en brujas, pero que las hay, las hay..."

Ainda em fase de preparação para o longo e tenebroso inverno que se aproxima (e falando assim parece até exagero mas não é não) ganhei do F. as duas primeiras temporadas de Medium, uma de minhas séries de tv favoritas dos últimos anos. Já assisti (ou melhor, revi) os sete primeiros episódios, inclusive o piloto da série. E estou curtindo muito. Provavelmente a minha série favorita depois de Grey´s Anatomy.

Com os 60 vídeos adquiridos recentemente, mais alguns DVDs que ainda estão aguardando pacientemente na prateleira, agora só falta uma visita ao meu sebo favorito pra atualizar meu estoque de livros. Filmes e livros são munição essencial para os dias (e noites) de inverno, com ou sem cobertor de orelha! Eu simplesmente não sobrevivo sem eles. Quanto mais, melhor. E que venha o inverno...


sexta-feira, novembro 14, 2008

Ode à tristeza

Recebi este texto do Mulheres de 30, meu grupo favorito hoje e sempre (e eu nem tenho mais 30 anos mas elas deixam eu ficar assim mesmo, rsrsrs). Achei tão bonito que decidi compartilhar aqui com vocês. Ainda mais no mundo de hoje em que todo mundo vive correndo atrás da felicidade e todo mundo tem obrigação de ser feliz o tempo todo (ou quase). Meus caros amigos, a vida não é só alegria...O que diriam os grandes artistas, pintores e músicos da história da humanidade. Nem vou citar nomes porque vocês já entenderam o que eu quero dizer, né? Em suma, o que seria da alegria se não houvesse a tristeza. O que seria do sol se não houvesse a lua. O que seria dos dias ensolarados se não houvessem as noites escuras. Dizem as más línguas que o texto é de autoria da Zélia Duncan. Pode ser, pode não ser, só sei que ela(e) tirou as palavras da minha boca.



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Não, não vou falar mal da tristeza, não seria justo. Eu devo a ela minhas profundidades, minha imaginação, minha volta por cima. Graças a ela vislumbrei coisas importantes pra mim. Músicas que várias pessoas conhecem.

Cartas, textos, coisas que ninguém vai ler, mas que me serviram em algum momento. Mergulhei no pôr-do-sol, uivei pra lua, encostei a cabeça na janela naquele dia de chuva e ouvi a música mais linda do mundo.

Num dia triste, me sentindo fora do planeta, fui ao cinema e vi "Blade Runner". Num dia soturno fui caminhar na praia e vi a onda mais azul, o céu mais infinito e o horizonte mais perfeito. Num dia triste li e reli Fernando Pessoa e não me senti só.

Num dia assim triste uma criança correu e abraçou as minhas pernas, cutucou minha esperança, me confundiu com alguém querido e me fez ligar pra alguém que eu amava.

Num dia cinza eu me senti viva e quis virar lápis de cor. Num dia oco eu procurei motivos novos e antigos pra me preencher de novo e foi até divertido.

Num dia assim-assim trouxe um cachorrinho pra casa, que virou meu maior menor companheiro.

Num dia tristíssimo procurei por você e sua voz me encheu de sorrisos o resto do dia.

No dia mais triste do mundo eu perdi um amigo. No dia seguinte, ainda triste, agradeci por ter tido um dia um amigo que me valesse tanto.

Num dia infinitamente triste eu cantei, minha voz era a voz da tristeza que percorria o meu corpo. E fiz um monte de gente feliz.

E também para que não percamos o poder de ação, precisamos olhar para a tristeza, precisamos nos indignar com ela, precisamos desejar a alegria genuinamente. Com essa mania de corrigir tudo no computador, acabamos facilitando nossa fragilidade diante de tudo. Ortografias, fotos, cores, sorrisos, a vida vai virando um show de Truman de verdade! Você ouve uma voz, mas não tem certeza se foi corrigida ou não, vê uma foto, mas não sabe se há silicone, injeções ou Photoshop, lê um texto e a autoria fica vagando pelos sites.

Um olhar positivo sobre a vida é sempre fundamental, mas, neste mundo em que vivemos, ter como exigência o riso é quase uma falta de respeito… Ou de consciência. Sei lá, vejo as pessoas querendo morrer de rir, muitas vão ao teatro só se for comédia, e isso me assusta um pouco. Se não entrarmos em contato com as consistências das coisas e suas eventuais tristezas, como podemos acreditar na alegria quando ela vem?

quarta-feira, novembro 12, 2008

Sobre os filhos da gente



Meu amigo A. deu um palpite que me fez pensar um bocado então cá estou eu de novo! É que eu sempre fico impressionada quando pessoas que não tem filhos dão palpite na criação dos filhos da gente. Até porque, eu mesma que tenho filho raramente dou palpite na criação dos filhos dos outros. Porque antes de mais nada eu acredito, ou quero acreditar, que na grande maioria dos casos os pais sempre fazem o melhor possível (e isso inclui os meus pais e os seus pais também). No mais, cada um sabe onde o calo lhe aperta.

A verdade é que esse tipo de palpite costuma ser dado com as melhores intenções do mundo (the road to hell is full of good intentions). Mas eu acho estranho as pessoas falarem com tanta naturalidade sobre algo que não tem a menor idéia do que seja. É mais ou menos como falar de um país que você nunca visitou porque metáforas à parte, a maternidade é uma terra estrangeira....Mas não, não fiquei chateada quando meu amigo disse que meu filho era mimado - até porque, já ouvi esse comentário antes...e tem até um percentual de verdade mas a estória é beeeeeeem longa então deixa pra lá. Por outro lado, a vida dele nunca foi fácil, com 5 anos já viveu a separação dos pais e já tinha duas casas, dois quartos montados e por ai vai. Aos 8 anos ele já vai e volta de ônibus da escola sozinho, tem celular e sabe usar! Sem falar que ele vê a mãe semana sim, semana não...o que muita gente pouco-informada critica mas eu já me acostumei e sei como é importante a relação dele com o pai. Guarda compartilhada no final é isso, você literalmente compartilha o filho. E como filha única, hoje valorizo mais do que nunca a criação que minha mãe me deu. Ela nunca me prendeu, mesmo quando decidi mudar de continente! E como toda mãe que se preze, sempre pensou na minha felicidade.

Só sei que com o passar dos anos tenho percebido que no final das contas existem 2 tipos de pessoas neste mundo (sem querer ser simplista e já sendo). As pessoas que tem filhos e aquelas que não tem. Juro por Deus que só depois que coloca um filho neste mundo é que você passa a entender determinadas coisas, passa a ver o mundo com outros olhos. A começar porque passa a ser responsável pela vida de alguém e isso não é brincadeira não! Mas não tem jeito, é assim mesmo. Não estou querendo dizer que quem tem filhos é melhor do que quem não tem, apenas que são mundos diferentes. E quem tem filhos vai concordar comigo, claro.

Um exemplo recente na minha vida é uma grande amiga que conheço há mais de 20 anos e com a qual já dividi muitos momentos bons e ruins nesta vida. Foi por causa dela que acabei morando aqui na Holanda! Na época estava trabalhando em Dublin e decidi visitá-la. Apaixonei-me por Amsterdã e poucos meses depois me mudei para cá de mala e cuia. Pois bem, ela sempre foi daquelas mulheres decididas a NUNCA ter filhos, para ela as crianças não passavam de monstrinhos incômodos, barulhentos e melequentos (eu também já fui assim, rsrsrsrs)...Mas hoje ela tem um bebê de seis meses e desde o nascimento dele o mundo dela mudou. 100 %. Ela teve o menino aos 41 anos, quando meu filho já tinha completado 8 anos de idade. E inevitavelmente, a (nova) maternidade dela acabou fortalecendo vínculos que já existiam desde os tempos de Brasil. Até brinquei com ela que durante anos o Liam simplesmente não existiu pra ela e que agora ele passou a ser gente! Nos primeiros anos do meu filho ela NUNCA perguntava por ele. E por quê perguntaria? Quem não tem filho tem outras preocupações na cabeça, oras bolas! Assim ela ligava para a mãe do Liam e não para ele. Mesmo no primeiro aniversário dele, para o qual foi convidada, não me lembro de ela ter sequer pego o menino no colo. E hoje carrega o bebê dela prum canto e pro outro como uma leoa orgulhosa da cria. Ironias da vida (e estou muito feliz por ela).

Moral da estória: nem tudo é o que parece ;-)

segunda-feira, novembro 10, 2008

Happiness is...

Não é por nada não mas a vida é mesmo muito esquisita. Momentos felizes intercalados com momentos em que a gente quer mesmo é que o mundo pàre pra gente descer! E cá entre nós, já estou começando a acreditar que tem alguém fazendo vodu pra mim porque vou te contar...primeiro a hérnia, depois a mordida de rato e por aí vai...Só rindo mesmo, meus amigos. Haja folha de arruda pra sobreviver este inferno astral. Mas tudo passa...tudo passa mesmo. Se tem uma coisa que aprendi nesta vida (e daqui a 3 semanas completo mais uma primavera) é que tudo passa! E que tem momentos que o jeito é aguentar firme até a maré mudar. Como agora. E tentar apreciar os momentos felizes que surgem aqui e ali, efêmeros mas tão preciosos como preciosa é a felicidade. Pode ser uma coisa pequena. Um mero detalhe no dia-a-dia que só você percebe. Uma pequena lembrança. Ou uma conversa amiga.

Pois bem, sábado F. chegou aqui em casa com dois presentes muito simbólicos (embora ele mesmo talvez não tenha se dado conta do fato). Me presenteou literalmente pedacinhos de felicidade em forma da revista HAPPINEZ (uma revista muito legal que vende por aqui e que lida com temas de espiritualidade) e um pacote de Fortune Cookies só pra mim! Aqueles biscoitinhos que você costuma ganhar em restaurantes chineses com um papelzinho dentro com uma mensagem de (boa) sorte.

Fora isso, pra combater o baixo astral assistimos vários episódios de Friends este fim-de-semana. Descobri que é a série ideal para assistir em momentos de crise, rsrsrsrs. E por via das dúvidas, já resolvemos estocar para o (longo e tenebroso) inverno que se aproxima e compramos ontem um lote de 60 vídeos excelentes. Isso mesmo: vídeos. Aqui na Europa com a mania de colecionar DVDs (e eu também tenho um bocado por aqui), as pessoas acabam vendendo suas coleções de vídeos a preços módicos. Assim foi que pagamos EUR 30 por mais de 60 títulos de filmes de arte (50 eurocents por fita), dentre eles muitos premiados e alguns clássicos inesquecíveis. Só pra terem uma idéia - e quem é cinéfilo como eu entenderá o valor da compra - entre os títulos estão: Elephant Man, Wild at Heart, Mulholland Drive, Barton Fink, Shallow Grave, Chinatown, Gallipoli, A Short Film About Love, Apocalipse Now, Paris Texas, Manhattan, Winter Sleepers, The Sweet Hereafter, Being John Malkovich, Bowling for Columbine, Once Upon a Ttime in America, Once Upon a Time in the West, 4x Faulty Towers e muito mais! Ou seja, filmes pra durar o inverno inteiro até a primavera. Arsenal essencial para os próximos meses de escuridão e frio aqui no hemisfério norte. E assim a vida segue com seus altos e baixos.



PS. Dedicated to my hero, who makes my life more than bearable these days.

sábado, novembro 08, 2008

O-D-E-I-O ratos...


Pelo amor de Deus, como se não bastasse a hérnia da qual ainda estou me recuperando (vou começar a fisioterapia em breve), ontem o RATO do meu filho resolveu me morder...Meu ex-marido achou o desgraçado na rua há cerca de dois meses e meu filho insistiu tanto que acabou adotando o bicho. Meu filho é louco por bichos então fazer o que...Temos atualmente uma gata, um coelho, um gerbil (uma espécie de rato do deserto mas este é super tranquilo e sempre brinco com ele, pego na mão, etc) e o rato branco...Fora isso, já tivemos um porquinho-da-índia que morreu...assim como uma gatinha muito querida que acompanhou dez anos da minha trajetória aqui na Holanda.

Mas voltando ao rato...por causa da maldita mordida, acabei tendo de esperar uma hora e meia no Pronto Socorro pra tomar vacina antitetânica (tinha de ser no mesmo dia). Depois ainda saí do hospital e tive de ir na farmácia de plantão buscar uns antibióticos, porque a essas alturas já era oito e meia da noite e aqui tudo fecha cedo. Não é por nada não...mas a bruxa continua solta! Ou isso ou estou precisando urgentemente de umas folhas de arruda pra espantar OLHO GORDO (como dizia minha mãe).

Enfim: chuta que é macumba!!!

PS. Depois desta, nunca mais assistirei Ratatouille com os mesmos olhos.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Presentes originais

Passeando pelos blogs alheios, encontrei uns sites muito legais para quem gosta de dar (e receber) presentes originais! São posters e canecos Made in UK com slogans divertidos. Os posters são impressos no escritório de um casal de artistas gráficos em Londres. E eu já estou até imaginando o poster da foto ao lado na parede do meu quarto. É que estou redecorando em cor-de-rosa...resolvi voltar à primeira infância e fazer um quarto de princesa pra mim, rsrsrsrsrs. Quem quiser conferir, clique aqui:

Posters
Mugs

quinta-feira, novembro 06, 2008

Leituras do mês


Como vocês já sabem, outubro foi realmente o Mês das Bruxas pra mim - chuta que é macumba! Mas ao menos li alguns livros bem interessantes. E como não tive tempo de comentá-los por aqui antes, decidi comentar logo antes que me esqueça.

Os livros escolhidos foram: Never Let me Go (Kazuo Ishiguro), The Time Traveller´s Wife (Audrey Niffenegger) e Things We Knew Were True (Nicci Gerrard). Os dois primeiros são leituras bastante absorventes e, coincidentemente, o tema central em ambos é a ficção científica. Never Let me Go lida com a polêmica questão dos clones humanos e em vários momentos me fez lembrar Blade Runner e Brave New World. Linguagem poética e acima de tudo, um livro muito bem escrito pelo autor de Remains of the Day. Já The Time Traveller´s Wife lida com viagens no tempo e assim sendo, acompanhamos o protagonista através de suas viagens ao passado e ao futuro. Isso gera uma narrativa bastante original...e em algumas partes confusa! Recomendo a leitura de ambos, mesmo pra quem não é fissurado em ficção científica. Até porque, eu não classificaria nenhum dos dois títulos como sendo ficção científica e sim romances literários que lidam com o tema. O que, convenhamos, é bem diferente.

Things We Knew Were True segue uma narrativa clássica e lida com temas bastante pesados...O principal tema aqui é o passado e as escolhas que fizemos ou deixamos de fazer. Até aí nada de novo pois esse tema já foi discutido (diria até que à exaustão) em inúmeras outras obras. Mas a verdade é que sempre toca o leitor, em um ou outro momento. Eu particularmente achei a leitura pesada por eu mesma ter perdido a minha mãe (não conto mais pra não estragar a leitura de quem talvez se interesse em ler). E já aviso que o livro é bastante melancólico e portanto não recomendo sua leitura em dias escuros de inverno.

Agora dei uma pequena pausa e estou com uma dúvida tremenda sobre que livro começar a ler. Alguém aí tem uma sugestão pra me dar? So many books, so little time...

quarta-feira, novembro 05, 2008

Momento histórico



Time for Change. OBAMA é o novo presidente dos EUA. E eu simplesmente não podia deixar de comentar a campanha mais emocionante dos últimos tempos. Manchete internacional e assunto do momento pelo mundo afora. Aqui na Europa os principais canais de tv transmitiram ao vivo as eleições a noite inteira (19hs nos EUA era 1 da manhã na Europa Central). Acordei às 7 da manhã como todos os dias e foi a primeira notícia que ouvi. E provavelmente também a melhor notícia do ano.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Pra terminar o mês


Este mês de outubro teria tudo pra ser um mês ruim. Pouco trabalho, pouquíssima grana, viagem à Paris cancelada e crise aguda de hérnia (quem acompanha este blog já soube dos detalhes picantes). Um mês de descanso forçado, muitos filmes e muitos livros (pelo menos isso). Mudança de estação, os longos dias de verão se despedindo e dando lugar aos dias de outono com as folhas caindo das árvores. Outubro sempre foi um mês esquisito pra mim, uma certa melancolia no ar e a proximidade de mais um inverno. Sempre foi assim desde que me mudei para a Europa. Porque no Brasil - ou pelo menos no Rio onde sempre morei - a gente mal percebia as mudanças de estação.

Mas voltando ao assunto deste post, ontem fui na terapia cognitiva e a minha terapeuta olhou pra mim e disse: você parece bem melhor do que há duas semanas. Mais calma, mais tranquila. E ela está certa: com a crise de hérnia e a chegada do outono eu decidi que não ia deixar me levar...e não, não irei ficar deprimida este inverno (como aliás não fiquei inverno passado, graças à companhia do meu cobertor de orelhas).

Mas que tem sido uma luta diária, isso tem. Todos os dias quando acordo, eu conto mentalmente as minhas benções (como escrevi aqui recentemente). Porque a verdade é que, se não faltam motivos pra ficar deprimida, também não faltam motivos para ser feliz! É tudo uma questão de percepção. Ou escolha talvez. Embora eu acredite que em alguns momentos da vida a gente não tem a opção de ficar ou não deprimido (e quem sobreviveu uma depressão séria sabe bem disso). Mas depois de três episódios e tomando doses diárias de antidepressivos há cinco anos, a coisa muda. A gente aprende a reconhecer rapidamente os (primeiros) sintomas de uma possível recaída e vai logo tomando medidas para não cair (de novo) no buraco negro. Porque sair do buraco é bem mais complicado. No meu caso, a terapia que acompanha o medicamento tem sido a combinação ideal. E mais cedo ou mais tarde, a gente acaba tendo de tomar uma decisão. A decisão de ser feliz. E não é fácil, meus amigos...porque na vida tenho aprendido que ser feliz é uma ARTE.


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PS. Escolhi a ilustração da Emily Strange por duas razões. A primeira é porque hoje é dia de Halloween. A segunda é porque adoro esta menina...

Goya´s Ghosts

Tenho assistido um bocado de filmes este mês mas não posso deixar de comentar aqui sobre Goya´s Ghosts. O filme, dirigido por Milos Forman (Amadeus), retrata um dos períodos mais turbulentos da história espanhola, a Santa Inquisição e a Guerra Civil Espanhola. Vale observar que, como Saliere é quase o personagem principal de Amadeus, aqui o foco principal é a musa do pintor Goya, e não o pintor propriamente dito.

O filme é interessante principalmente do ponto de vista visual. Diga-se de passagem, quem gostou do recente The Other Boleyn Girl provavelmente vai gostar deste aqui também - até porque a bela Natalie Portman atua nos dois filmes, com ótimas atuações em ambos. OK, eu sou suspeita pra falar porque sou fã da atriz. Fora a Natalie, quem rouba mesmo grande parte das cenas é o ator Javier Bardem com seu padre Lorenzo.

Os críticos de cinema ficaram divididos e muitos acharam que o filme poderia ter sido (bem) melhor, vindo de um diretor como Milos Forman. Mas eu como não sou crítica de cinema, acho que o filme vale a pena. Confira você mesmo!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Handmade cards




Com o descanso forçado das últimas semanas, acabei (re)descobrindo um hobby que andei paquerando ano passado...Scrapbooking, só que desta vez parti para os scrap cards, como os das fotos acima. Para os leigos, são cartões feitos à mão usando material de scrapbooking. A variedade de materiais nas lojas de hobby é impressionante - pra não dizer assustadora mesmo! O limite é a sua imaginação...ou o seu bolso, claro. Aqui estão as minhas primeiras criações...Modéstia à parte, fiquei bastante satisfeita com os resultados! A de corações foi a primeira série que fiz, são dez cartões ao todo, todos diferentes! Depois peguei uma caixa de cartolina do lixo (literalmente) e fiz os dois cartões reciclados. Pra terminar, decidi fazer uns cartões de natal. Eu sei que ainda estamos em outubro mas aqui os dias já andam com cara de dezembro...frios e escuros.

E então, o que vocês acham?

quinta-feira, outubro 23, 2008

As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Count your blessings


Cheguei à conclusão que o mais importante mesmo é a gente ser feliz com o que tem. É aprender a contar suas benções em vez de ficar reclamando do destino. Count your blessings como acaba de postar minha amiga Bebete. Claro que tem dias que não dá pra segurar a onda e a gente tem mesmo é que chorar, berrar e bater os pés de tanta raiva. Em dias de desespero (escuridão da alma) a gente quer mesmo é se sentir vítima do destino (desde que não dure muito, tudo bem). Eu não acredito neste negócio de ser feliz o tempo todo...odeio gente que vive com um sorriso no rosto como se na vida tudo fosse festa! Se permitir ficar triste é fundamental pra gente ficar bem de novo. É um processo natural, como o luto depois de uma perda. Qualquer psicólogo está cansado de saber que reprimir emoções é roubada e só serve pra atrair todo tipo de doença psicossomática. Então pra não ficar doente (e dizem as más línguas que câncer é doença da alma) a gente tem mesmo é de chorar quando tem vontade de chorar e pronto! Porque deixar as lágrimas rolarem no rosto até secar faz um bem danado pra alma da gente. Mas não esquecer de rir vez ou outra, claro. Porque rir é o melhor remédio.

No final das contas, não existe felicidade e sim momentos felizes. Momentos de plenitude que fazem a vida valer a pena. Apesar das dificuldades e dos sonhos desfeitos. Apesar de tudo e de todos. Pode ser uma caminhada por entre as folhas caídas num belo dia de outono (como faz hoje aqui em Amsterdã). Uma conversa em que abrimos sem medo nosso coração praquela amiga especial. Ler um bom livro (ou assistir um bom filme) debaixo da coberta num dia de frio. Com ou sem chocolate quente pra acompanhar - mas de preferência com, hehehe...Melhor ainda: dormir enroscadinho com nosso cobertor de orelha. Ou simplesmente ficarem os dois deitados na cama calados, ouvindo música clássica e deixando o tempo passar. Plenitude são esses momentos da vida.

E se formos pensar bem, não é preciso muito para ser feliz. Na verdade, quanto mais temos mais queremos...e essa ânsia insaciável é provavelmente uma das principais razões porque as pessoas hoje em dia estão tão infelizes e insatisfeitas com suas vidas (seja a pessoal ou a profissional). É que as pessoas insistem em buscar sua felicidade em coisas e não em momentos do dia-a-dia. Em ter em vez de simplesmente ser. Mas se elas pararem para olhar à sua volta, talvez descubram a felicidade escondidinha onde menos esperam. Em momentos assim, a gente se dá conta que era feliz e não sabia.

E você, já contou suas benções hoje?!!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Repouso forçado

Há uma semana que estou de repouso forçado...Segunda passada levantei com (fortes) dores na perna e me arrastei até o consultório da minha médica aqui perto de casa. Tive dores na perna o fim-de-semana inteiro e F. insistiu que eu marcasse consulta o quanto antes (pra variar, ele estava certo). E depois disso foi tudo rápido demais. Terça liguei chorando pra médica pra dizer que os analgésicos que ela havia receitado na véspera não estavam funcionando e que eu sequer conseguia levantar da cama...No mesmo dia comecei a tomar morfina porque a dor nos nervos era tanta que eu não podia nem colocar o pé no chão. Isso mesmo: morfina. Só pra vocês terem uma idéia da dor. Felizmente meu ex-marido presta pra alguma coisa e foi buscar os remédios na farmácia pra mim, além de fazer umas compras no supermercado. E melhor ainda, meu filho já vai e volta sozinho de ônibus pra escola. Eu costumava levar o menino até o ponto de ônibus mas esta semana, nem isso. Fazer o quê!

Como se não bastasse a dor, quarta à noite passei mal... vomitei muito (efeito colateral da medicação forte), a pressão caiu e quase desmaiei. Liguei pro médico de plantão e uma hora depois ele já estava aqui. Quinta no horário do almoço minha médica veio fazer uma visita a domicílio e a essas alturas, ela (assim como o médico da véspera) já tinha um diagnóstico: hérnia de disco. Sexta de manhã tomei um taxi com F. e fomos na consulta ao neurologista (policlínica no hospital aqui perto). Ela fez a consulta, confirmou mais uma vez o diagnóstico e aumentou a dose de morfina. Recomendou descanso (obviamente) mas disse também que à medida em que a dor diminui (e diminuiu bastante desde então) pra eu começar a me mover em casa, sem muito esforço. Pra terem uma idéia, nos primeiros dias eu nem conseguia ir ao banheiro e nem tomar banho. Sexta-feira finalmente consegui ficar debaixo do chuveiro.

Ao menos não posso reclamar que não tenho sido cuidada, até o ex-marido está totalmente à disposição e dormiu aqui na quarta quando liguei passando mal. A vantagem é que ele mora no meu bairro, enquanto que F. mora em outra cidade e nessas horas complica. De qualquer forma, F. dormiu três noites aqui e tenho tido visitas de uma amiga ou outra que vem ajudar a limpar, fazer comida, etc. Em suma: nesses momentos é que a gente aprende a dar valor à saúde. E à amizade, claro.

A melhor parte é que tenho assistido muitos filmes. Ano passado ganhei um DVD-player portátil do F. e ele fica na cama comigo o tempo todo - o DVD-player não o F!!! rsrsrs. Também tenho lido muito, semana passada devorei Never Let Me Go e ontem comecei a ler The Time Traveller´s Wife, que estava na fila de espera há séculos. Agora não posso dizer que não tenho tempo pra colocar a leitura em dia. Uma das poucas vantagens de ficar doente.

Mas eu volto qualquer dia desses, não tenho chegado perto do computador.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Momento Blythe

E já que eu (ainda) não posso comprar a boneca, tive de me consolar com uma agenda escolar que achei outro dia em promoção numa loja daqui. O preço original da agenda era Eur12 mas as últimas estavam à venda por Eur 3! E é claro que eu voltei pra casa com uma. Feliz da vida. O ano escolar aqui na Europa (e EUA) começa em setembro então final de setembro eles colocaram as últimas agendas que sobraram na liquidação, para evitar ficar com o estoque encalhado. Para minha sorte!

E já que estou falando de Blythe, achei o site europeu que vende as cobiçadas bonequinhas, além de roupas, acessórios, livros, etc. Site indispensável para as fãs de Blythe, como esta pobre blogueira que vos escreve. A boneca mais barata não sai por menos de EUR100...Aí está o site pra quem acha que estou mentindo: miss blythe store

quarta-feira, outubro 01, 2008

12 rules to live by (Robert Louis Stevenson)




* Make up your mind to be happy. Learn to find pleasure in simple things.

* Make the best of circumstances. No one has everything and everyone has something of sorrow.


* Don’t take yourself too seriously.


* Don’t let criticism worry you. You can’t please everybody.


* Don’t let your neighbors set your standards; be yourself.


* Do things you enjoy doing but stay out of debt.


* Don’t borrow trouble. Imaginary things are harder to bear than actual ones.


* Since hate poisons the soul, do not cherish enmities and grudges. Avoid people who make you unhappy.


* Have many interests. If you can’t travel, read about places.


* Don’t hold post-mortems or spend time brooding over sorrows and mistakes.


* Do what you can for those less fortunate than yourself.


* Keep busy at something. A very busy person never has time to be unhappy.


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PS. Just a reminder for myself, really.

The Good Life




Pra compensar o post anterior, ai vai um post mais colorido - já que o dia esté mesmo cinzento por aqui e o outono definitivamente resolveu dar o ar da sua graça. É que navegando pelo mundo dos blogs, esbarrei no blog de uma mãe e dona-de-casa inglesa (pasmem!!!) e me apaixonei pelas fotos e pelo estilo de decoração dela. Obviously not a desperate housewife, like some of us. O blog dela é um reflexo do cotidiano (a felicidade está nas coisas simples da vida) de uma stay-at-home mom muito criativa e que sabe apreciar as pequenas coisas. E está cheio de inspiração pra quem gosta de fotografia e interiores no estilo vintage (eu adoro: quanto mais flores e polka dots melhor). Oh, the good life.

Pra quem quiser conferir, este é o link do blog: attic24 (em inglês)


segunda-feira, setembro 29, 2008

Deixa pra lá

A história da minha vida. Levanta, cai. Levanta, cai. Quando resolvo um problema, aparece outro. Porque a vida é fértil em nos presentear com coisas boas e coisas ruins. E se for pensar bem, quase que diariamente (a gente é que não percebe). E claro, quando a gente menos espera. A vida emocional vai bem, a vida profissional está um caos. A vida profissional está encaminhada e a gente sozinha(o), sonhando com um companheiro. Eu não sei de vocês mas na minha vida desde que me conheço por gente sempre foi assim. Quando tem uma coisa, falta outra. Tem tempo, falta dinheiro. Tem dinheiro, falta tempo. Ou falta saúde (o que é muito, mas muito pior). Tem amor, falta o resto. Tem o resto, falta amor. Pensando bem, essencial só mesmo o amor (mas a gente tem de pagar as contas) então vou calar a minha boca.

Só sei que a semana passada foi péssima, uma grana com a qual eu estava contando simplesmente não entrou (nem vai entrar) na minha conta e a consequência é que tive de cancelar um fim-de-semana em Paris. Uma viagem com a qual sonhava há tempos, três noites com a minha companhia favorita na minha cidade favorita. Fiquei muito triste mas como bem disse F.: Paris vai continuar exatamente onde está, onde sempre esteve, resolve a tua vida que outra hora a gente vai lá...E nem vou falar nas contas atrasadas...Tem dias em que páro pra pensar na minha vida depois de 14 anos na Europa - todo mundo no Brasil insistindo em achar que isso aqui é o paraíso, doce ilusão - e inevitavelmente bate aquela depressão... Então é melhor não pensar. A melhor opção atualmente é nadar e esperar a crise passar. Porque tudo passa, né?

Pra frente é que se anda, não adianta chorar o leite derramado, não deixa a peteca cair, blablablá. A verdade é que tem dias que...deixa pra lá. E assim vamos vivendo, uns dias mais, outros menos. Um dia a gente ri, no outro chora. Tudo em prol do crescimento espiritual. Porque um dia a ficha cai e a gente aprende, mas enquanto isso não acontece...a gente sofre. E muito.


PS.: E dizer que tive um fim-de-semana super relax, com direito à praia, cinema com pipoca e tudo mais. Mas foi só acordar segunda-feira na casa do namorado pra cair na real. Wake up, baby. Life is out there and it is waiting for you.

quinta-feira, setembro 25, 2008

Juno, again.

Ontem à noite revi o filme Juno e gostei ainda mais do que da primeira vez. Um pequeno grande filme, sem maiores pretensões. E a protagonista é realmente one in a million. Way to Go, Girl! Aproveito para postar aqui uma das minhas cenas favoritas, entre muitas outras:

Juno: I'm losing my faith in humanity.
Dad: Think you can narrow it down for me?
Juno: I guess I wonder sometimes if people ever stay together for good.
Dad: You mean like couples?
Juno: Yeah, like people in love.
Dad: Are you having boy troubles? I gotta be honest; I don't much approve of dating in your condition, 'cause well... that's kind of messed up.
Juno: Dad, no!
Dad: Well, it's kind of skanky. Isn't that what you girls call it? Skanky? Skeevy?
Juno: Please stop now.
Dad: [persisting] Tore up from the floor up?
Juno: Dad, it's not about that. I just need to know if it's possible for two people to stay happy together forever, or at least for a few years.
Dad: It's not easy, that's for sure. Now, I may not have the best track record in the world, but I have been with your stepmother for 10 years now and I'm proud to say that we're very happy.
Dad: In my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person will still think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with.
Juno: I sort of already have.
Dad: Well, of course! You're old D-A-D! You know I'll always be there to love and support you no matter what kind of pickle you're in... Obviously [nods to her belly]
Juno: I need to go out somewhere just for a little while. I don't have any homework and I swear I'll be back by ten.
Dad: You were talking about me right?

Dedicated to F.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Aquarobics

Caralho. Hoje tive minha primeira aula de aquarobics e é bem mais puxado do que eu imaginava - e olha que eu já tinha tido aulas de aquafitness mas isso aqui é bem diferente.Talvez porque eu nunca tenha sido o tipo de frequentar academia de ginástica então acho que demora algumas semanas para acostumar com o pique da aula. 45 minutos pulando, correndo e jogando pernas e braços pra lá e pra cá. Música a todo volume (ou quase porque piscina é lugar público) e uma professora entusiasta, até demais.

Mas gostei da aula e pretendo fazer ao menos 12 semanas consecutivas pra obter o resultado desejado. O único porém é que pra mim outono-inverno é uma época complicada (só quem mora aqui no norte da Europa pra entender a profundidade do que estou falando), então sair de casa pra ir pra piscina num dia frio e chuvoso vai ser uma GRANDE vitória. Mas eu não vou desistir. Não mesmo. To be continued...

sexta-feira, setembro 19, 2008

Swim for Your Life !


Esta semana fiz algo que não fazia há mais de dez anos: fui 3 vezes nadar na piscina! Depois de anos e mais anos sem fazer nenhuma atividade física (shame on you), comecei a nadar há cerca de três meses. Geralmente estava indo uma vez por semana e já estava bom (embora a dietista sempre insistisse que duas vezes seria melhor). Então este mês comecei a nadar duas vezes por semana...E esta semana foram três vezes - porque a semana foi mais ruim do que boa e a outra opção seria me entupir de comfort food e dormir o dia inteiro...

Em outras palavras, estou aprendendo a lidar com os problemas da vida (e não são poucos mas tudo bem, não vou entrar em detalhes por aqui) de forma mais construtiva. E vou dizer que é um aprendizado e tanto. Eu até pouco tempo comia quando estava triste ou ansiosa, ou mesmo para celebrar. Mas tenho aprendido a mudar esses hábitos e agora quando estou triste visto o maiô e vou pra piscina! São 25 min a pé até chegar, 1 hora nadando quase sem parar, 25 min a pé de volta pra casa. E faz um bem danado. Não só para a condição física (a dieta agradece), como especialmente para a condição emocional. E para a condição mental (e sexual também). Na verdade, já dá pra notar o efeito nesses primeiros três meses. E por isso decidi começar aulas de aquarobics semana que vem. As aulas são às quartas de manhã e eu ainda pretendo nadar segundas ou sextas - ou ambos os dias dependendo da semana.

Uma pequena grande vitória. Sem dúvida! Consegui transformar uma semana que tinha tudo pra ser ruim em algo bom. E mais tarde vou tomar o trem para encontrar meu namorado de coração mais leve e mais tranquila. Porque a vida continua, meus amigos. E a gente não pode deixar a peteca cair...

quarta-feira, setembro 10, 2008

Coisa de maluco

Pra variar, estou lendo um livro tão louco, mas tão louco que nem tenho palavras para descrever. Leitura divertidíssima, sem dúvida. E ainda por cima verídica (trata-se de uma autobiografia). O livro se chama Running with Scissors e embora lide com temas bastante sérios (como doenças mentais e abuso sexual, pra não dizerem que não avisei) tem partes simplesmente hilárias. É que a loucura é tanta que tem horas que só mesmo rindo. A vida do protagonista fica de pernas pro ar com as intermináveis brigas dos pais (temperadas com ameaças de morte e tudo o mais), o divórcio e a consequente piração da mãe - que se antes já era meio pirada, depois do divórcio surtou de vez, literalmente. A mãe passa quase todos os dias da semana no consultório do psiquiatra. Chega um momento em que a crise é tanta que o psiquiatra decide adotar o menino por uns tempos, até a mãe conseguir recuperar sua (precária) saúde mental. É assim que o menino de 14 anos acaba indo morar na casa do psiquiatra e de sua excêntrica família. Comparados a esta família, os Royal Tenenbaums são a família mais normal do mundo, pra vocês terem uma idéia! E não, eu não estou exagerando. De qualquer forma, a mudança de ambiente rende muitas estórias em meio a experiências boas, ruins e ...bizarras! Um livro instigante e recheado de questionamentos que lida com questões sérias de forma absurdamente hilária (rir para não chorar). E por falar em filmes, o livro (bestseller nos EUA) já foi filmado e deverá ser lançado em breve nos cinemas.

terça-feira, setembro 09, 2008

Sobre os confrontos

Estava eu aqui pensando com meus botões. Impressionante. Se tem um ponto em que mudei muito nos últimos anos (e certamente a partir da depressão) é que perdi toda a capacidade de confrontos que eu tinha (que aliás já era pouca). E por causa do namorado tenho notado isso cada vez mais nitidamente. Porque ele é a relação mais próxima e portanto aquela que nos reflete por inteiro, com nossas qualidades e defeitos a serem trabalhados. Noto, por exemplo, que preciso urgentemente aprender a estabelecer limites - para mim e para o outro. E não estou falando apenas desta relação específica mas de todas as minhas relações. Preciso aprender a ser mais direta e dizer na lata (e no momento em que ocorre) quando algo me incomoda - em vez de ficar esperando que o outro adivinhe. Parece simples mas é uma tarefa hercúlea para esta que vos escreve.

Não é de hoje que F. diz: você precisa aprender a ser mais assertiva. Abrir a boca pra reclamar quando se acha no direito, abrir a boca pra dizer o que está sentindo em vez de ficar enrolando e fingindo que não foi com você. Porque eu falo, falo e falo...mas em momentos em que deveria mesmo falar algo, eu calo! Esquisito mesmo. Pra não dizer paradoxal. Eu simplesmente evito todo e qualquer tipo de conflito, com amigos, conhecidos, vizinhos, etc. Gente que importa na minha vida e gente que não tem importância nenhuma. Eu evito tanto magoar as pessoas que acabo eu mesma sendo magoada. E a vida segue seu rumo como se nada tivesse acontecido.

Tenho percebido isso cada vez mais claramente. Como uma espécie de armadura de aço que eu visto antes de sair à rua em caso de eventuais acidentes. Porque eu já me machuquei demais (sensibilidade à flor da pele não é necessariamente uma qualidade, acreditem). Eu não quero saber de brigas e discussões, a começar porque já excedi e em muito a minha cota no meu casamento. Eu quero é paz e amor...então quando algo ou alguém me incomoda, eu fico calada e finjo que não percebi. E se um dia a pessoa fizer o mesmo de novo, eu provavelmente vou me afastar, nem que seja por um tempo. O que é um péssimo hábito, admito. Eu sei e você sabe que comunicação é tudo.

Moral da estória: da próxima vez que você ver uma pessoa falando pelos cotovelos, não se iluda. Ela pode estar falando muito mas provavelmente está dizendo menos do que se estivesse calada.

domingo, setembro 07, 2008

El Orfanato

Não tem jeito, eu gosto mesmo é de drama. E de preferência dos bons. Na vida e nas telas do cinema. Drama psicológico beirando o horror - ou neste caso, filme de horror com um toque de drama psicológico e sobrenatural então, nem se fala. Fico praticamente com falta de ar! Foi assim que assisti domingo passado ao premiado El Orfanato, que havia perdido nos cinemas daqui. Infelizmente tive de me contentar com uma telinha de tv porque o filme deve ser um show no telão. E não é pra menos, o produtor é o festejado diretor mexicano Guillermo del Toro, de Pan´s Labyrinth (além de Hell Boy e Hell Boy 2). Este último está atualmente em cartaz nos cinemas de sua cidade, mas não comento por duas simples razões: não assisti e não é a minha praia. Por outro lado, amei Pan´s Labyrinth e inclusive comentei sobre o filme aqui no blog (confira neste link).

Mas voltando ao filme em questão, El Orfanato é uma história de amor e uma história de terror. Acima de tudo, uma história de terror psicológico da melhor qualidade que faz lembrar um pouco O Sexto Sentido, The Others e, em alguns aspectos, o próprio Pan´s Labyrinth. Uma história sobre mortos, sobre vivos e sobreviventes. Como em Labirinto do Fauno, este roteiro também mistura fantasia e realidade, o consciente e o inconsciente, o aqui e o além (e neste caso, o sobrenatural é um dos principais personagens da estória). Sem falar na participação especial da Geraldine Chaplin, como uma convincente médium que visita a casa para tentar ajudar na solução do problema.

Em suma, um filme excelente, instigante e intenso...mas que eu não recomendaria a pessoas de coração fraco. Mas que vale a pena conferir, isso vale!

quinta-feira, setembro 04, 2008

Para a aniversariante

Anna (aka as Annix) é uma figura muito especial. Inteligentíssima, cinéfila, bem-informada, blogueira das antigas. Rock chick, amante dos gatos e sempre pronta para ajudar os amigos necessitados. Mas sua maior qualidade é que ela é minha amiga, embora não nos encontremos com a frequência que eu gostaria (considerando-se que moramos na mesma cidade). Felizmente ela sabe, como eu também sei, que amizade não se mede por frequência física. E que em assuntos do coração, a distância é relativa.

Enfim, uma amizade que surgiu naturalmente e que cresce naturalmente, comme il faut. Somos parecidas, somos diferentes. Temos gostos parecidos para algumas coisas e bem distintos para outras. Mas respeitamos as diferenças e aprendemos uma com a outra. Acima de tudo, somos amigas.

A ironia é que (como já disse pra ela), ela é uma espécie de versão feminina do meu namorado F. Pode soar meio estranho (não, eu não sou lésbica, rsrsrs) mas é isso mesmo! Eles curtem as mesmas músicas (ambos chamam minhas músicas de elevator music mas eu perdôo porque gosto deles), os mesmos filmes e os mesmos heróis Marvel! E eu até brinco com F. que felizmente ela é muito bem casada. Porque pelo amor de Deus, esses dois são parecidos demais! Quando a Anna comenta de um filme no blog dela (e esta menina entende da sétima arte) eu já sei que F. também vai gostar (ou não). Impressionante.

Feliz Aniversário, querida amiga!

Pequeno drama familiar

Não tenho quase ido ao cinema recentemente mas ontem revi Bee Season em DVD. Recomendado pra quem gosta de dramas familiares na tradição de Ice Storm, American Beauty, Happiness ou mesmo versões mais lights como Little Miss Sunshine. Não chega a ser um filme excepcional - e não se compara à pequena pérola que é Ice Storm de Ang Lee - mas o filme não deixa de ter seu valor. Sem falar na presença na tela de uma das minhas atrizes favoritas: Juliette Binoche. E da adorável Flora Cross, protagonista da estória. O roteiro (baseado em um livro) é de Naomi Foner, mãe dos atores Maggie e Jake Gyllenhaal (diga-se de passagem, que família mais talentosa).

Um filme sem grandes explosões de emoção mas muitas, muitas palavras. Palavras ditas e não-ditas, enfim, palavras. A estória gira em torno de uma menina que da noite para o dia demonstra ter um grande talento para a ortografia. À medida em que o filme se desenrola, ela ganha vários concursos regionais e nacionais de spelling. O que inevitavelmente nos faz lembrar dos concursos de Miss Pageant em Little Miss Sunshine com a excelente atriz Abigail Breslin (que também aparece em No Reservations e Definitely, Maybe).

O equilíbrio delicado desta família (aparentemente) tão comum é perturbado quando o pai da menina resolve pela primeira vez investir seu tempo e energia na filha cuja existência antes mal percebia...O pai (Richard Gere) é um professor universitário especializado em estudos judaicos (kabbalah etc) e fascinado pela magia das palavras. E bastante exigente com seus filhos. Antes de descobrir o talento da caçula, ele se dedicava a dar aulas de música ao filho. Trancava-se horas com o filho no seu escritório e a menina tinha de passar bilhetes por baixo da porta se quisesse comunicar algo ao pai. Com a descoberta do novo talento ocorre uma mudança de status dentro da família. O filho antes tão paparicado é abandonado (com consequências desastrosas) e o pai volta sua atenção exclusivamente para a menina (o que também traz consequências desastrosas para a já instável mãe).

Pode parecer muito drama pra pouca estória mas o filme é cheio de nuances e sutilezas. E nos faz refletir sobre nossos pequenos dramas familiares (de perto ninguém é normal). O lugar que cada um sabe ou não conquistar dentro de sua família, o valor de cada membro independente de seu talento ou da falta dele. Todas as partes do conjunto asseguram um equilíbrio que pode ser facilmente desfeito. Um equilíbrio delicado, como a própria vida.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Despedida do verão

Ou talvez o título mais apropriado para este post seja o verão que não houve. Seja como for, fim-de-semana passado fez um calor decente por aqui (atenção: 25 a 28 graus aqui é um calor decente, mas ao menos quando o sol aparece ele é bem forte). E com o calor, lá se foram os holandeses em massa pra praia...Desta vez (muito) provavelmente pra se despedir de um verão com gosto de quero mais...Porque foram poucos dias de sol e calor aqui no norte Europeu. Mas ao menos eu curti quando pude, como este fim-de-semana que passei nas praias de Haia: Scheveningen e Kijkduin. A segunda é a minha favorita, menor e menos turística. Além de ter o super relaxed beachbar People, onde bebemos umas cervejas sempre que o tempo permite!

Sábado fomos à Scheveningen e comi o Pastél de Galinha mais fajuto que comi em toda a minha vida (pastél coisa nenhuma) no Beachbar Copacabana, onde sentamos pra tomar umas cervejas e fomos ficando...Já tínhamos ido antes neste bar mas fiquei curiosa com alguns itens do menu (além de caipirinha e guaraná, eles tinham o tal pastel e outros petiscos suspeitos). O melhor mesmo foi o sushi que comemos depois no Tokyo Cafe (em Amsterdã também tem, este é o mais novo da família). Pra quem entrou no restaurante dizendo que não estava com fome, eu até que comi mais sushi do que o F. Fazer o que se eu amo sushi?

Domingo antes de ir pra Kijkduin, ainda passamos no restaurante DeLuca para um rápido brunch - o restaurante italiano que tem uma das melhores massas da cidade. E eu acabei comendo a melhor salada que comi em tempos! A combinação perfeita de ingredientes: alface italiana (não sei o nome direito mas deixa pra lá porque isso aqui não é blog de gastronomia), abacate, amêndoas tostadas, parmesão fresco, um toque de limão e azeite de oliva da melhor qualidade. Comi com muito gosto e pretendo voltar em breve pra repetir a dose. Além de deliciosa, saudável e leve!

Ou seja, este fim-de-semana não teve sessão de cinema, teve mesmo foi praia!
Tecnologia do Blogger.

Começar de novo

Ano novo, vida nova...como dizem por aí. E todo ano eu comento por aqui que não sou daquelas que acredita que é só virar uma página do calendário pras coisas milagrosamente mudarem. Pra tudo entrar milagrosamente nos eixos. As maiores mudanças na vida da gente não ocorrem da noite para o dia. Elas demoram anos pra se concretizar (eu que o diga, meus caros amigos). São processos muitas vezes inconscientes que quem está do lado de fora consegue distinguir melhor do que quem está dentro - e não é sempre assim? É preciso tempo e uma certa distância pra discernir (e digerir) esses processos.

Só sei que eu mesma ando bastante impaciente pra terminar 2008, embora saiba que a pressa é inimiga da perfeição (e é mesmo). E sei que existem dois tempos: o tempo externo e o tempo interno. O tempo externo é marcado pelas estações e pelo passar dos anos. Pelas pessoas ao nosso redor, suas expectativas e nossas expectativas em relação a elas e a nós mesmos. Já o tempo interno é um processo mais inconsciente do que consciente, é o tempo de cada um. Este é preciso respeitar, acima de tudo e de todos. Não adianta querer colocar a carruagem na frente dos cavalos, não adianta querer que tudo mude agora. As coisas mudam o tempo todo, mas tudo a seu tempo. É preciso paciência e sabedoria pra entendermos isso.

A verdade é que começar de novo a gente começa mesmo é todo dia. Cada novo dia é uma nova oportunidade de reescrever a nossa estória. Cada dia decidimos se é hora de aprender com os erros em vez de repeti-los (porque errar é humano mas repetir os erros é burrice). E se formos pensar bem, cada dia traz consigo pequenas mudanças. Devagar e sempre é que se anda.

Eu sei que minha vida emocional hoje é (muito) melhor do que há 2 anos. Assim como também sei que ainda tenho muito a resolver no aspecto profissional e financeiro (e já tomei as primeiras medidas). Mas felizmente as coisas se arrumam com o tempo. Mesmo que não seja o tempo que a gente gostaria, mesmo que a gente tenha pressa. Meu amigo Pedro vem praticamente todos os anos me visitar aqui na Holanda. E conversando com ele outro dia, ele disse uma daquelas grandes verdades que só quem te conhece praticamente a vida inteira é capaz de dizer (nos conhecemos há 23 anos). Ele me fez ver que embora as coisas não pareçam estar mudando na rapidez que eu desejava, elas estão mudando e muito. Então eu parei pra pensar e concluí que ele tinha razão. E fiquei feliz, muito feliz.

Pra frente é que se anda. Então feliz ano novo pra você(s)!



PS. A foto é do relógio astrológico de Praga, que tive a sorte de conhecer em 2007. O relógio é lindo e a cidade mais ainda. Vale a pena visitar!

Gwyneth Paltrow e a cabala

A internet e suas surpresas...Acabei de ler um texto excelente no site da atriz Gwyneth Paltrow (sim, ela mesma). E eu nem sabia que ela tinha um site tão legal e ainda por cima, informativo. Quem tem interesse em saúde e espiritualidade pode conferir aqui. E tem ainda dicas de receitas culinárias, compras de natal e exposições em Londres, NY e Los Angeles. Enfim, um pouco de tudo.

Mas o texto que eu gostei mesmo foi este aqui:


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Q:I have a friend who sees the world in a pessimistic light. This person is highly suspicious of people and situations, and sees, as well as experiences negativity at most turns. Why is this and what does it mean? What can be done to help someone of this nature?

A:What we see is who we are.

When we are in a good place, we see goodness all around us. When we are in a bad place, we see darkness. We might think we’re picking up these flaws in others because we are smarter or better. But the deeper truth is our judgments are merely an indication of where we are at spiritually.

Kabbalah teaches that within everything in this world can be found good and bad aspects. We choose – consciously or unconsciously – which part we wish to see. That choice is a reflection of who we are.

When we meet someone for the first time, we can focus on their positive or negative qualities. The direction we go in is a choice we are making. The same goes for new situations. Obviously there are times we need to discern the pros and cons of people or situations because it affects our well-being. That’s part of life. But most of the time when we judge it is not out of necessity to make a decision, it is simply because our negativity causes us to see negativity in others.

In addition to indicating where we are at, there is an exchange of energy when we judge someone. Kabbalah explains that focusing on someone’s negativity actually brings that energy into our lives! Certainly, no one wants to consciously bring negativity into our lives, which is the whole concept; we are unaware.

This week, the lesson for us is twofold. First, be aware of this concept: what I see is where I am at. Develop within yourself the proactive ability to focus only on the good in people or situations. Second, know that by seeking out the positive in others and in all aspects of life, you are awakening – and strengthening – that goodness inside of you.

Michael Berg, Co-Director of the Kabbalah Centre

O melhor do natal

Lembrem-se: o melhor do natal não são os presentes - por mais especiais que eles sejam. Não são as ceias - por mais deliciosas que elas sejam. O melhor do natal são as pessoas que a gente ama e que amam a gente. São as pessoas que temos à nossa volta, não apenas nos momentos de alegria e celebração mas (principalmente) naqueles momentos em que as coisas não vão bem e a gente tem vontade de chorar. O melhor do natal são os familiares. E os amigos - que são o mesmo que família pra quem não tem família perto como eu. Eu sempre gostei daquele ditado que diz que os amigos são a família que a gente escolhe...porque é isso mesmo!

Então decidi parar na correria de mais um natal pra desejar a todos muita PAZ, SAÚDE e ALEGRIA em suas vidas, hoje e sempre. E que a gente possa aprender de uma vez por todas a dar valor ao que temos, em vez de suspirarmos pelo que não temos (a grama do vizinho nem sempre é mais verde, é só saber olhar direito). Que a gente aprenda que mais importante do que ter é ser. E que a gente aprenda que as coisas mais importantes da vida não tem preço. Na verdade, elas não custam nada e valem mais do que ouro. Amor, amizade, paz de espírito.

Bicharada

Aqui em casa eles fazem um sucesso danado. Filmes com bichos, de preferência cachorros - embora os gatos também sejam favoritos da mãe e do menino. Assim sendo, volta e meia me vejo assistindo um desses filmes com o Liam. Lassie, Beethoven (especialmente o primeiro e o segundo filmes, depois vai perdendo a graça), o adorável Benji e o divertido trio de Homeward Bound I e II. Das fotos abaixo, confesso que ainda não tive a oportunidade de conferir The 12 Dogs of Christmas, que acabei de comprar pra dar de natal pro meu filho. Mas me parece ser uma história de natal inesquecível...Em outras palavras, irresistível.

Títulos recomendados para quem tem criança em casa e principalmente para as férias escolares - como agora aqui na Holanda em que as crianças têm duas semanas de férias entre natal e ano novo. Diversão garantida para toda a família. A menos que você odeie cães e gatos, é claro!





100% fofo


Minha amiga Anna (aka Annix) sempre me aparece com uns links geniais, então vou dividir este aqui com vocês pra quem como eu, adora coisas fofas em geral e ilustração em particular (por essas e outras, sou fissurada em livros infantis).

O link para o site é: toscomics. Leiam e divertam-se!

PS. Infelizmente, a escolha da tira acima não foi mera coincidência mas 2008 já está quase acabando então espero que a maré melhore logo logo! Ando comendo o pão que o diabo amassou...e ele é mesmo muito ruim.

Chick Lit















Como muitos já devem ter percebido, eu gosto de ler. E muito. Eu leio literatura, eu leio jornais, eu leio revistas, eu leio quadrinhos, eu leio livro de receitas, eu leio mapa astral, eu leio até bula de remédio. E sim, eu leio em vários idiomas. E confesso que vez ou outra adoro uma chick lit bem escrita.

Pois a Anna esteve aqui em casa outro dia e deixou uns exemplares pra eu ler. Depois de rir, chorar (e chorar de rir) com os contos originais e pra lá de inusitados do livro No One Belongs Here More Than You da Miranda July (escritora, atora e diretora de cinema), decidi encarar um livro da Adele Parks, que nunca havia lido antes. A verdade é que chick lit é um gênero muito explorado nos últimos anos e eu até me atreveria a dizer que a grande maioria dos títulos não chega a valer a pena mas felizmente existem exceções. Sem falar que existem momentos na vida da gente que a melhor coisa que podemos fazer por nós mesmas é pegar um chick lit e devorá-lo o mais rápido possível. Leitura altamente recomendada para momentos de crise e confusão, em que a gente precisa dar um tempo e relaxar. De preferência acompanhada de uma boa dose de chocolate!

Mas voltando ao livro da Adele Parks, The Other Woman´s Shoes lida com um tópico mais do que comum neste tipo de literatura, que é a busca do amor perfeito. Ou melhor dizendo, daquele amor que a gente só encontra mesmo nos filmes de holywood e em alguns romances cor-de-rosa...No livro, duas irmãs vivem estilos de vida totalmente opostos até o dia em que o destino decide pregar uma de suas peças - e o destino vive pregando peças - e elas acabam trocando de lugar, assim de um dia para o outro. Com a nossa situação e nova perspectiva, elas começam a perceber que nem tudo é o que parece. Ou seja, as aparências enganam...e muito. Na mesma noite em que Eliza decide abandonar o namorado de 4 anos com quem se dá muito bem e sair em busca do marido perfeito que lhe dê segurança e estabilidade, o marido de sua irmã decide abandoná-la depois de 10 anos de casamento, com duas crianças pequenas e sem maiores explicações.

That´s all for now, folks! Qualquer hora dessas quando tiver mais tempo volto para dar umas dicas de chick lit pra vocês. Ler é bom demais...


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A título de esclarecimento: Miranda July não é absolutamente o que se poderia chamar de chick lit (na definição usual da palavra) e sim uma chick extraordinária com uma extensa produção artística. Pra quem não sabe, ela também dirigiu e atuou no filme You Me and Everyone We Know. Mais um daqueles filmes que você ama ou odeia. Pensando bem, no meu caso não foi nem uma coisa nem outra. Mas que o filme é bem curioso, isso é! E tem umas tiradas memoráveis.

Personalidade do ano

Como não poderia deixar de ser depois do enorme furor que causou na eleição presidencial americana - não apenas nos EUA como no mundo inteiro - a revista TIME acaba de premiar Obama com o título de Person of the Year 2008. Certamente um dos personagens mais carismáticos dos últimos tempos num momento em que o mundo vive uma grande crise mundial. Eu particularmente não acredito em salvador da pátria mas espero que ele consiga fazer um governo decente, na medida de suas possibilidades. E espero que ele consiga desfazer algumas das merdas que Bush fez pelo mundo afora, a começar pela guerra do Iraque (pensando bem, a lista de merdas seria infindável). Porque é mais do que hora de mudança! Eu fico aqui na torcida para que Obama possa ajudar na criação de um mundo melhor e mais justo.

PS. A eleição do novo presidente coincidiu com um período de profundas mudanças na minha vida pessoal. Daquelas coincidências da vida que a gente não pode deixar de comentar (mas prefiro ficar calada por enquanto).

Querem saber de uma coisa?

Por mim este ano já tinha acabado...porque tá f@da mesmo!!! Um passo pra frente, dois pra trás. E eu não vejo a hora de virar esta página. Quando fiquei animada pensando que estava melhorando e já planejando começar a nadar 1x semana, eis que a dor desgraçada no nervo da perna (ciática) volta de novo e meus inocentes planos vão por água abaixo.

O pior de estar/ficar doente é a impotência. Porque o corpo simplesmente não quer saber dos nossos planos. Ele tem seus próprios planos e a gente pode até fazer pirraça mas quando o corpo entra em greve, não tem discussão e ponto final. E cá estou eu tomando analgésicos de novo desde domingo passado. Vários ao dia. De manhã a dor é tão chata que eu simplesmente fico deitada na cama até passar. De tarde melhora um pouco e à noite eu até consigo ter uma vida um pouco normal (lol). Essa semana não consegui fazer nada do que estava planejado, hoje de manhã até fisioterapia cancelei! É amigos, inferno astral ou não, só vou dizer que não está sendo fácil. Estou me sentindo uma inválida e emocionalmente isso pesa pra caramba. Sim, faz parte do quadro mas mesmo assim...Liguei pra médica na terça e ela disse que não tem jeito: remédios, descanso moderado (ficar na cama o tempo todo também não pode) e muita fisioterapia nos próximos meses. E por via das dúvidas, estou pensando em fazer acupuntura também.

Pra finalizar, me recuso a fazer o balanço deste ano...embora inevitavelmente sempre acabemos fazendo um balanço - consciente ou inconsciente - nas últimas semanas. Eu só sei que o ano foi ruim, mas poderia ter sido pior. Conhecem aquela estória de feliz por comparação? Pois é, tem sempre alguém pior (e como). E ao menos tenho tido o apoio do F. e dos amigos, não sei o que seria de mim sem eles! Em suma, no aspecto profissional e de saúde 2008 foi uma grande #%!&*@, a grana sumiu do meu bolso mas o amor continua firme e forte. Uma daquelas ironias da vida. O que me faz lembrar um velho ditado: sorte no jogo, azar no amor (e vice-versa).

Pronto, tá feito o desabafo! E que venha 2009.

Tradição holandesa Nr.1



Amanhã não apenas é meu aniversário como também Sinterklaas, a maior tradição aqui na Holanda. O velhinho de barbas brancas consegue a façanha de ser mais popular do que Papai Noel aqui por essas bandas...Mas quem pensa que Sinterklaas é sinônimo de Santa Claus (o papai noel nos EUA e Inglaterra) se enganou redondamente! Eu mesma demorei anos pra entender essa estória, rsrsrs. Pois a estória começa em meados de novembro quando Sinterklaas e seus auxiliares (Zwarte Pieten) desembarcam na Holanda vindos da Espanha. Eles chegam oficialmente de barco (Pakjesboot) e a chegada é comemorada com muita alegria e estardalhaço por crianças e adultos (porque adulto também foi criança um dia!).

Eu confesso que nos meus primeiros anos de Holanda a festa passou meio que despercebida. Mas a partir do momento em que você tem criança(s) em casa, não tem mais jeito! Dezembro é sinônimo de Sinterklaas pra cá, Sinterklaas pra lá...festas nas escolas, no trabalho dos pais, desfiles pelas principais ruas das principais capitais. Vitrines de loja ricamente decoradas com presentes, chocolates e outras guloseimas tradicionais da data, etc. Outro dia mesmo estava eu andando calmamente pelo centro da cidade com F. e Liam num sábado à tarde quando esbarramos num monte de Zwarte Pieten montados a cavalo (as crianças deliram, claro). Paisagem inevitável do inverno holandês. Mas que é uma tradição muito legal, isso é (e não só para os holandeses como para muitos estrangeiros que vivem por aqui).

Então não fiquei surpresa ao ler outro dia no jornal que não apenas Sinterklaas é mais comemorado aqui do que o Natal (a segunda maior comemoração), como também as pessoas costumam gastar mais dinheiro em presentes nesta data. Ou seja, para quem tem crianças pequenas, o mês de dezembro não é caro: é caríssimo!!! Porque além dos tradicionais presentes de natal, os pais ainda devem providenciar os presentes de Sinterklaas.

Manda a tradição que nas duas semanas antes de 5 de dezembro, as crianças deixam seus sapatos na janela ou varanda, de preferência com uma cenoura ou maçã para o Américo (o cavalo branco do Sinterklaas, que até personagem de filme virou por aqui). Meu filho costuma deixar ainda um desenho feito por ele especialmente para o Sinterklaas (sério!). Todas as noites, os Zwarte Pieten visitam as casas das crianças e deixam uma pequena lembrança. Um presentinho, uma letra de chocolate com a inicial do nome da criança (ver fotos a seguir) e outras guloseimas tradicionais. Agora eu pergunto: quem vocês acham que compra todos esses presentes? Os pais, oras bolas!

Pra finalizar a festa, as famílias se reúnem no dia 5 (amanhã) para o Pakjes avond. A noite é comemorada entre amigos e familiares com um jantar especial e troca de presentes. E nas famílias mais tradicionais cada membro deve ainda escrever um poema a ser oferecido a uma pessoa (que geralmente é sorteada).

Sinterklaas: as guloseimas




Mudar é preciso

Resolvi aproveitar a onda do Obama (Time for Change) e encarar um novo e turbulento período de mudanças...Eu costumo demorar anos (literalmente) para tomar decisões importantes. Pra terem uma idéia, a última decisão importante que tomei na minha vida foi há cerca de 3 anos, quando pedi o divórcio. Desde então tenho sobrevivido, alguns meses melhores do que outros...mas olha, este ano foi duro de roer! As vacas nunca estiveram tão magras...e nem me falem em crise mundial porque aqui em casa já estou em crise há tempos (e meus amigos sabem que não estou exagerando).

A verdade é que a gente tenta tapar o sol com a peneira, fingir que está tudo bem e empurrar com a barriga. A gente vai levando, um dia de cada vez como costumo dizer, até que chega uma hora que não dá mais. Os problemas gritam por solução e você tem de se mexer. Ou vai, ou racha. E infelizmente eu sou daquelas pessoas que não sabe planejar as coisas (no future), eu simplesmente deixo as coisas acontecerem...e foi exatamente assim este ano. A sensação que tenho é que fui atropelada pelos dias, semanas e meses. E não teve jeito: foi só dezembro chegar pra crise se estabelecer. E não posso me dar ao luxo de esperar até janeiro pra fazer minhas resoluções de ano novo...Mudança já!

Aguardem cenas dos próximos capítulos.





PS. E sim, estou morrendo de medo...mas sabe aquelas horas na vida em que só temos um caminho a seguir? É isso, fazer o quê.

O fim-de-semana

Por causa da hérnia e do processo lento de recuperação (o que inclui fisioterapia 2x semana), eu não ia à Haia desde início de outubro. Nas últimas sete semanas, foi F. que pegou o trem e veio ao meu encontro em Amsterdã. O único problema é que ele só pode vir no sábado e tem de ir embora domingo à noite por causa do trabalho. Então acabamos tendo somente duas tardes (meio) corridas e uma noite juntos (sem falar que por causa da hérnia, eu não estava autorizada a sair passeando pela cidade)...Em compensação, quando vou à Haia (como neste fim-de-semana), são duas tardes inteiras e três noites pra curtirmos a companhia um do outro. Porque vou te contar, tem horas que morar em cidades diferentes é um saco!

Assim sendo, aproveitamos o fim-de-semana como não fazíamos há tempos - e admito que já estava com saudades da nossa boa e velha rotina. Comemos em nossos restaurantes favoritos, começando pelo japonês já na sexta à noite quando cheguei porque eu estava morrendo de vontade de comer sushi! Sábado à tarde fomos ao cinema assistir Burn After Reading dos excelentes irmãos Coen (pode não ser o melhor filme deles mas eles simplesmente não conseguem fazer um filme ruim, sério). Depois do filme fomos jantar no Himalayan, um restaurante bom e barato com um ótimo menu de pratos tradicionais da Índia, Nepal e Butão. Daqueles endereços escondidos e sem maiores pretensões que oferece comida autêntica, sem frescura (e precisa mais?). Como não podia deixar de ser, o lugar é favorito dos locais e como tem poucas mesas, se você não fizer reservas nem adianta sair de casa. Nós mesmos já havíamos tentado umas duas vezes então dessa vez aprendemos. E valeu muito a pena!

Domingo fui à uma gigantesca Feira de Artes e Artesanato onde pude fazer um estoque básico de material de scrapbooking para o inverno (e quem visita este humilde blog deve lembrar dos meus cartões feitos à mão). Depois de duas horas rondando a feira (coitado do F.), saímos debaixo de neve. Paisagem branca, o inverno mostrando sua melhor cara e eu saí na rua com luvas e cachecol como não fazia há tempos. Tomamos o tram (bonde) rumo ao centro da cidade e fomos jantar no restaurante indonésio Srikandi, outro favorito. Estilo semelhante ao do indiano que acabei de citar: cozinha autêntica, boa e barata. Só que nesse já tínhamos ido outras vezes. E sempre voltamos.

E num fim-de-semana de muito frio, é claro que rolaram umas sessões de cinema debaixo das cobertas...Tem coisa melhor do que isso numa noite fria de inverno? Vimos o clássico Five Easy Pieces (1970) com um Jack Nicholson inacreditavelmente jovem e já muito talentoso. E também Pee-Wee´s Big Aventure (1985), um dos primeiros filmes de Tim Burton, um de nossos diretores favoritos. Diga-se de passagem, considerando-se que já assisti a quase todos os filmes do diretor, não entendo como não assisti a esse filme antes! Um típico Tim Burton com cenas hilárias e um toque inusitado de Mon Oncle e Mister Bean (se é que isso é possível). Fora isso, assistimos ainda vários episódios de X-files.

Fim-de-semana bom demais, exatamente o que eu estava precisando no meio deste inferno astral...

Conselho de amigo



Medium

"No creo en brujas, pero que las hay, las hay..."

Ainda em fase de preparação para o longo e tenebroso inverno que se aproxima (e falando assim parece até exagero mas não é não) ganhei do F. as duas primeiras temporadas de Medium, uma de minhas séries de tv favoritas dos últimos anos. Já assisti (ou melhor, revi) os sete primeiros episódios, inclusive o piloto da série. E estou curtindo muito. Provavelmente a minha série favorita depois de Grey´s Anatomy.

Com os 60 vídeos adquiridos recentemente, mais alguns DVDs que ainda estão aguardando pacientemente na prateleira, agora só falta uma visita ao meu sebo favorito pra atualizar meu estoque de livros. Filmes e livros são munição essencial para os dias (e noites) de inverno, com ou sem cobertor de orelha! Eu simplesmente não sobrevivo sem eles. Quanto mais, melhor. E que venha o inverno...


Ode à tristeza

Recebi este texto do Mulheres de 30, meu grupo favorito hoje e sempre (e eu nem tenho mais 30 anos mas elas deixam eu ficar assim mesmo, rsrsrs). Achei tão bonito que decidi compartilhar aqui com vocês. Ainda mais no mundo de hoje em que todo mundo vive correndo atrás da felicidade e todo mundo tem obrigação de ser feliz o tempo todo (ou quase). Meus caros amigos, a vida não é só alegria...O que diriam os grandes artistas, pintores e músicos da história da humanidade. Nem vou citar nomes porque vocês já entenderam o que eu quero dizer, né? Em suma, o que seria da alegria se não houvesse a tristeza. O que seria do sol se não houvesse a lua. O que seria dos dias ensolarados se não houvessem as noites escuras. Dizem as más línguas que o texto é de autoria da Zélia Duncan. Pode ser, pode não ser, só sei que ela(e) tirou as palavras da minha boca.



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Não, não vou falar mal da tristeza, não seria justo. Eu devo a ela minhas profundidades, minha imaginação, minha volta por cima. Graças a ela vislumbrei coisas importantes pra mim. Músicas que várias pessoas conhecem.

Cartas, textos, coisas que ninguém vai ler, mas que me serviram em algum momento. Mergulhei no pôr-do-sol, uivei pra lua, encostei a cabeça na janela naquele dia de chuva e ouvi a música mais linda do mundo.

Num dia triste, me sentindo fora do planeta, fui ao cinema e vi "Blade Runner". Num dia soturno fui caminhar na praia e vi a onda mais azul, o céu mais infinito e o horizonte mais perfeito. Num dia triste li e reli Fernando Pessoa e não me senti só.

Num dia assim triste uma criança correu e abraçou as minhas pernas, cutucou minha esperança, me confundiu com alguém querido e me fez ligar pra alguém que eu amava.

Num dia cinza eu me senti viva e quis virar lápis de cor. Num dia oco eu procurei motivos novos e antigos pra me preencher de novo e foi até divertido.

Num dia assim-assim trouxe um cachorrinho pra casa, que virou meu maior menor companheiro.

Num dia tristíssimo procurei por você e sua voz me encheu de sorrisos o resto do dia.

No dia mais triste do mundo eu perdi um amigo. No dia seguinte, ainda triste, agradeci por ter tido um dia um amigo que me valesse tanto.

Num dia infinitamente triste eu cantei, minha voz era a voz da tristeza que percorria o meu corpo. E fiz um monte de gente feliz.

E também para que não percamos o poder de ação, precisamos olhar para a tristeza, precisamos nos indignar com ela, precisamos desejar a alegria genuinamente. Com essa mania de corrigir tudo no computador, acabamos facilitando nossa fragilidade diante de tudo. Ortografias, fotos, cores, sorrisos, a vida vai virando um show de Truman de verdade! Você ouve uma voz, mas não tem certeza se foi corrigida ou não, vê uma foto, mas não sabe se há silicone, injeções ou Photoshop, lê um texto e a autoria fica vagando pelos sites.

Um olhar positivo sobre a vida é sempre fundamental, mas, neste mundo em que vivemos, ter como exigência o riso é quase uma falta de respeito… Ou de consciência. Sei lá, vejo as pessoas querendo morrer de rir, muitas vão ao teatro só se for comédia, e isso me assusta um pouco. Se não entrarmos em contato com as consistências das coisas e suas eventuais tristezas, como podemos acreditar na alegria quando ela vem?

Sobre os filhos da gente



Meu amigo A. deu um palpite que me fez pensar um bocado então cá estou eu de novo! É que eu sempre fico impressionada quando pessoas que não tem filhos dão palpite na criação dos filhos da gente. Até porque, eu mesma que tenho filho raramente dou palpite na criação dos filhos dos outros. Porque antes de mais nada eu acredito, ou quero acreditar, que na grande maioria dos casos os pais sempre fazem o melhor possível (e isso inclui os meus pais e os seus pais também). No mais, cada um sabe onde o calo lhe aperta.

A verdade é que esse tipo de palpite costuma ser dado com as melhores intenções do mundo (the road to hell is full of good intentions). Mas eu acho estranho as pessoas falarem com tanta naturalidade sobre algo que não tem a menor idéia do que seja. É mais ou menos como falar de um país que você nunca visitou porque metáforas à parte, a maternidade é uma terra estrangeira....Mas não, não fiquei chateada quando meu amigo disse que meu filho era mimado - até porque, já ouvi esse comentário antes...e tem até um percentual de verdade mas a estória é beeeeeeem longa então deixa pra lá. Por outro lado, a vida dele nunca foi fácil, com 5 anos já viveu a separação dos pais e já tinha duas casas, dois quartos montados e por ai vai. Aos 8 anos ele já vai e volta de ônibus da escola sozinho, tem celular e sabe usar! Sem falar que ele vê a mãe semana sim, semana não...o que muita gente pouco-informada critica mas eu já me acostumei e sei como é importante a relação dele com o pai. Guarda compartilhada no final é isso, você literalmente compartilha o filho. E como filha única, hoje valorizo mais do que nunca a criação que minha mãe me deu. Ela nunca me prendeu, mesmo quando decidi mudar de continente! E como toda mãe que se preze, sempre pensou na minha felicidade.

Só sei que com o passar dos anos tenho percebido que no final das contas existem 2 tipos de pessoas neste mundo (sem querer ser simplista e já sendo). As pessoas que tem filhos e aquelas que não tem. Juro por Deus que só depois que coloca um filho neste mundo é que você passa a entender determinadas coisas, passa a ver o mundo com outros olhos. A começar porque passa a ser responsável pela vida de alguém e isso não é brincadeira não! Mas não tem jeito, é assim mesmo. Não estou querendo dizer que quem tem filhos é melhor do que quem não tem, apenas que são mundos diferentes. E quem tem filhos vai concordar comigo, claro.

Um exemplo recente na minha vida é uma grande amiga que conheço há mais de 20 anos e com a qual já dividi muitos momentos bons e ruins nesta vida. Foi por causa dela que acabei morando aqui na Holanda! Na época estava trabalhando em Dublin e decidi visitá-la. Apaixonei-me por Amsterdã e poucos meses depois me mudei para cá de mala e cuia. Pois bem, ela sempre foi daquelas mulheres decididas a NUNCA ter filhos, para ela as crianças não passavam de monstrinhos incômodos, barulhentos e melequentos (eu também já fui assim, rsrsrsrs)...Mas hoje ela tem um bebê de seis meses e desde o nascimento dele o mundo dela mudou. 100 %. Ela teve o menino aos 41 anos, quando meu filho já tinha completado 8 anos de idade. E inevitavelmente, a (nova) maternidade dela acabou fortalecendo vínculos que já existiam desde os tempos de Brasil. Até brinquei com ela que durante anos o Liam simplesmente não existiu pra ela e que agora ele passou a ser gente! Nos primeiros anos do meu filho ela NUNCA perguntava por ele. E por quê perguntaria? Quem não tem filho tem outras preocupações na cabeça, oras bolas! Assim ela ligava para a mãe do Liam e não para ele. Mesmo no primeiro aniversário dele, para o qual foi convidada, não me lembro de ela ter sequer pego o menino no colo. E hoje carrega o bebê dela prum canto e pro outro como uma leoa orgulhosa da cria. Ironias da vida (e estou muito feliz por ela).

Moral da estória: nem tudo é o que parece ;-)

Happiness is...

Não é por nada não mas a vida é mesmo muito esquisita. Momentos felizes intercalados com momentos em que a gente quer mesmo é que o mundo pàre pra gente descer! E cá entre nós, já estou começando a acreditar que tem alguém fazendo vodu pra mim porque vou te contar...primeiro a hérnia, depois a mordida de rato e por aí vai...Só rindo mesmo, meus amigos. Haja folha de arruda pra sobreviver este inferno astral. Mas tudo passa...tudo passa mesmo. Se tem uma coisa que aprendi nesta vida (e daqui a 3 semanas completo mais uma primavera) é que tudo passa! E que tem momentos que o jeito é aguentar firme até a maré mudar. Como agora. E tentar apreciar os momentos felizes que surgem aqui e ali, efêmeros mas tão preciosos como preciosa é a felicidade. Pode ser uma coisa pequena. Um mero detalhe no dia-a-dia que só você percebe. Uma pequena lembrança. Ou uma conversa amiga.

Pois bem, sábado F. chegou aqui em casa com dois presentes muito simbólicos (embora ele mesmo talvez não tenha se dado conta do fato). Me presenteou literalmente pedacinhos de felicidade em forma da revista HAPPINEZ (uma revista muito legal que vende por aqui e que lida com temas de espiritualidade) e um pacote de Fortune Cookies só pra mim! Aqueles biscoitinhos que você costuma ganhar em restaurantes chineses com um papelzinho dentro com uma mensagem de (boa) sorte.

Fora isso, pra combater o baixo astral assistimos vários episódios de Friends este fim-de-semana. Descobri que é a série ideal para assistir em momentos de crise, rsrsrsrs. E por via das dúvidas, já resolvemos estocar para o (longo e tenebroso) inverno que se aproxima e compramos ontem um lote de 60 vídeos excelentes. Isso mesmo: vídeos. Aqui na Europa com a mania de colecionar DVDs (e eu também tenho um bocado por aqui), as pessoas acabam vendendo suas coleções de vídeos a preços módicos. Assim foi que pagamos EUR 30 por mais de 60 títulos de filmes de arte (50 eurocents por fita), dentre eles muitos premiados e alguns clássicos inesquecíveis. Só pra terem uma idéia - e quem é cinéfilo como eu entenderá o valor da compra - entre os títulos estão: Elephant Man, Wild at Heart, Mulholland Drive, Barton Fink, Shallow Grave, Chinatown, Gallipoli, A Short Film About Love, Apocalipse Now, Paris Texas, Manhattan, Winter Sleepers, The Sweet Hereafter, Being John Malkovich, Bowling for Columbine, Once Upon a Ttime in America, Once Upon a Time in the West, 4x Faulty Towers e muito mais! Ou seja, filmes pra durar o inverno inteiro até a primavera. Arsenal essencial para os próximos meses de escuridão e frio aqui no hemisfério norte. E assim a vida segue com seus altos e baixos.



PS. Dedicated to my hero, who makes my life more than bearable these days.

O-D-E-I-O ratos...


Pelo amor de Deus, como se não bastasse a hérnia da qual ainda estou me recuperando (vou começar a fisioterapia em breve), ontem o RATO do meu filho resolveu me morder...Meu ex-marido achou o desgraçado na rua há cerca de dois meses e meu filho insistiu tanto que acabou adotando o bicho. Meu filho é louco por bichos então fazer o que...Temos atualmente uma gata, um coelho, um gerbil (uma espécie de rato do deserto mas este é super tranquilo e sempre brinco com ele, pego na mão, etc) e o rato branco...Fora isso, já tivemos um porquinho-da-índia que morreu...assim como uma gatinha muito querida que acompanhou dez anos da minha trajetória aqui na Holanda.

Mas voltando ao rato...por causa da maldita mordida, acabei tendo de esperar uma hora e meia no Pronto Socorro pra tomar vacina antitetânica (tinha de ser no mesmo dia). Depois ainda saí do hospital e tive de ir na farmácia de plantão buscar uns antibióticos, porque a essas alturas já era oito e meia da noite e aqui tudo fecha cedo. Não é por nada não...mas a bruxa continua solta! Ou isso ou estou precisando urgentemente de umas folhas de arruda pra espantar OLHO GORDO (como dizia minha mãe).

Enfim: chuta que é macumba!!!

PS. Depois desta, nunca mais assistirei Ratatouille com os mesmos olhos.

Presentes originais

Passeando pelos blogs alheios, encontrei uns sites muito legais para quem gosta de dar (e receber) presentes originais! São posters e canecos Made in UK com slogans divertidos. Os posters são impressos no escritório de um casal de artistas gráficos em Londres. E eu já estou até imaginando o poster da foto ao lado na parede do meu quarto. É que estou redecorando em cor-de-rosa...resolvi voltar à primeira infância e fazer um quarto de princesa pra mim, rsrsrsrsrs. Quem quiser conferir, clique aqui:

Posters
Mugs

Leituras do mês


Como vocês já sabem, outubro foi realmente o Mês das Bruxas pra mim - chuta que é macumba! Mas ao menos li alguns livros bem interessantes. E como não tive tempo de comentá-los por aqui antes, decidi comentar logo antes que me esqueça.

Os livros escolhidos foram: Never Let me Go (Kazuo Ishiguro), The Time Traveller´s Wife (Audrey Niffenegger) e Things We Knew Were True (Nicci Gerrard). Os dois primeiros são leituras bastante absorventes e, coincidentemente, o tema central em ambos é a ficção científica. Never Let me Go lida com a polêmica questão dos clones humanos e em vários momentos me fez lembrar Blade Runner e Brave New World. Linguagem poética e acima de tudo, um livro muito bem escrito pelo autor de Remains of the Day. Já The Time Traveller´s Wife lida com viagens no tempo e assim sendo, acompanhamos o protagonista através de suas viagens ao passado e ao futuro. Isso gera uma narrativa bastante original...e em algumas partes confusa! Recomendo a leitura de ambos, mesmo pra quem não é fissurado em ficção científica. Até porque, eu não classificaria nenhum dos dois títulos como sendo ficção científica e sim romances literários que lidam com o tema. O que, convenhamos, é bem diferente.

Things We Knew Were True segue uma narrativa clássica e lida com temas bastante pesados...O principal tema aqui é o passado e as escolhas que fizemos ou deixamos de fazer. Até aí nada de novo pois esse tema já foi discutido (diria até que à exaustão) em inúmeras outras obras. Mas a verdade é que sempre toca o leitor, em um ou outro momento. Eu particularmente achei a leitura pesada por eu mesma ter perdido a minha mãe (não conto mais pra não estragar a leitura de quem talvez se interesse em ler). E já aviso que o livro é bastante melancólico e portanto não recomendo sua leitura em dias escuros de inverno.

Agora dei uma pequena pausa e estou com uma dúvida tremenda sobre que livro começar a ler. Alguém aí tem uma sugestão pra me dar? So many books, so little time...

Momento histórico



Time for Change. OBAMA é o novo presidente dos EUA. E eu simplesmente não podia deixar de comentar a campanha mais emocionante dos últimos tempos. Manchete internacional e assunto do momento pelo mundo afora. Aqui na Europa os principais canais de tv transmitiram ao vivo as eleições a noite inteira (19hs nos EUA era 1 da manhã na Europa Central). Acordei às 7 da manhã como todos os dias e foi a primeira notícia que ouvi. E provavelmente também a melhor notícia do ano.

Pra terminar o mês


Este mês de outubro teria tudo pra ser um mês ruim. Pouco trabalho, pouquíssima grana, viagem à Paris cancelada e crise aguda de hérnia (quem acompanha este blog já soube dos detalhes picantes). Um mês de descanso forçado, muitos filmes e muitos livros (pelo menos isso). Mudança de estação, os longos dias de verão se despedindo e dando lugar aos dias de outono com as folhas caindo das árvores. Outubro sempre foi um mês esquisito pra mim, uma certa melancolia no ar e a proximidade de mais um inverno. Sempre foi assim desde que me mudei para a Europa. Porque no Brasil - ou pelo menos no Rio onde sempre morei - a gente mal percebia as mudanças de estação.

Mas voltando ao assunto deste post, ontem fui na terapia cognitiva e a minha terapeuta olhou pra mim e disse: você parece bem melhor do que há duas semanas. Mais calma, mais tranquila. E ela está certa: com a crise de hérnia e a chegada do outono eu decidi que não ia deixar me levar...e não, não irei ficar deprimida este inverno (como aliás não fiquei inverno passado, graças à companhia do meu cobertor de orelhas).

Mas que tem sido uma luta diária, isso tem. Todos os dias quando acordo, eu conto mentalmente as minhas benções (como escrevi aqui recentemente). Porque a verdade é que, se não faltam motivos pra ficar deprimida, também não faltam motivos para ser feliz! É tudo uma questão de percepção. Ou escolha talvez. Embora eu acredite que em alguns momentos da vida a gente não tem a opção de ficar ou não deprimido (e quem sobreviveu uma depressão séria sabe bem disso). Mas depois de três episódios e tomando doses diárias de antidepressivos há cinco anos, a coisa muda. A gente aprende a reconhecer rapidamente os (primeiros) sintomas de uma possível recaída e vai logo tomando medidas para não cair (de novo) no buraco negro. Porque sair do buraco é bem mais complicado. No meu caso, a terapia que acompanha o medicamento tem sido a combinação ideal. E mais cedo ou mais tarde, a gente acaba tendo de tomar uma decisão. A decisão de ser feliz. E não é fácil, meus amigos...porque na vida tenho aprendido que ser feliz é uma ARTE.


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PS. Escolhi a ilustração da Emily Strange por duas razões. A primeira é porque hoje é dia de Halloween. A segunda é porque adoro esta menina...

Goya´s Ghosts

Tenho assistido um bocado de filmes este mês mas não posso deixar de comentar aqui sobre Goya´s Ghosts. O filme, dirigido por Milos Forman (Amadeus), retrata um dos períodos mais turbulentos da história espanhola, a Santa Inquisição e a Guerra Civil Espanhola. Vale observar que, como Saliere é quase o personagem principal de Amadeus, aqui o foco principal é a musa do pintor Goya, e não o pintor propriamente dito.

O filme é interessante principalmente do ponto de vista visual. Diga-se de passagem, quem gostou do recente The Other Boleyn Girl provavelmente vai gostar deste aqui também - até porque a bela Natalie Portman atua nos dois filmes, com ótimas atuações em ambos. OK, eu sou suspeita pra falar porque sou fã da atriz. Fora a Natalie, quem rouba mesmo grande parte das cenas é o ator Javier Bardem com seu padre Lorenzo.

Os críticos de cinema ficaram divididos e muitos acharam que o filme poderia ter sido (bem) melhor, vindo de um diretor como Milos Forman. Mas eu como não sou crítica de cinema, acho que o filme vale a pena. Confira você mesmo!

Handmade cards




Com o descanso forçado das últimas semanas, acabei (re)descobrindo um hobby que andei paquerando ano passado...Scrapbooking, só que desta vez parti para os scrap cards, como os das fotos acima. Para os leigos, são cartões feitos à mão usando material de scrapbooking. A variedade de materiais nas lojas de hobby é impressionante - pra não dizer assustadora mesmo! O limite é a sua imaginação...ou o seu bolso, claro. Aqui estão as minhas primeiras criações...Modéstia à parte, fiquei bastante satisfeita com os resultados! A de corações foi a primeira série que fiz, são dez cartões ao todo, todos diferentes! Depois peguei uma caixa de cartolina do lixo (literalmente) e fiz os dois cartões reciclados. Pra terminar, decidi fazer uns cartões de natal. Eu sei que ainda estamos em outubro mas aqui os dias já andam com cara de dezembro...frios e escuros.

E então, o que vocês acham?

As pérolas de Ang Lee











Ang Lee é daqueles diretores que sempre me surpreende com seus filmes. Na minha opinião (e de muitos), um dos melhores e mais versáteis diretores da atualidade, com filmes simplesmente imperdíveis em seu variado currículo. Como Pushing Hands, The Wedding Banquet, Eat Man Drink Woman, The Ice Storm, Sense and Sensibility e Brokeback Mountain. Esse último assisti anteontem pela primeira vez. Apesar de não ser um filme recente (2005), não assisti antes porque confesso ter o mau hábito de implicar com certos filmes (silly me, I know). É que o trailer me fez lembrar bastante aqueles comerciais de Malrboro. E eu odeio filme de cowboy!

Resultado, mordi a língua porque o filme é um daqueles épicos inesquecíveis e que, de uma forma ou de outra, mexe com o expectador. Uma história de amor proibido. Acima de tudo, uma bela história de amor que em alguns aspectos da narrativa me fez lembrar The Bridges of Madison County (1995). Aquela coisa de amor platônico e acima de tudo sofrido, que não chega a se concretizar. No caso dos dois protagonistas de Brokeback Mountain, o amor até assume formas concretas mas fica sempre um gosto de quero mais, fica sempre faltando algo. E é triste ver como os preconceitos sociais - ainda mais nos anos 60 e 70 nos EUA, época retratada em grande parte do filme - afetam as vidas de alguns mais do que de outros. É assim que um dos personagens (Heath Ledger) não consegue nunca assumir sua homosexualidade e passa a vida inteira reprimindo seus sentimentos mais profundos. Com tristes consequências para os dois envolvidos, é claro. E eu fiquei torcendo o filme inteiro para que ele não deixasse aquele amor ir embora. Para que assumisse de uma vez por todas o amor que no fundo ele sabia ser o mais importante de sua vida. Mas a sociedade foi mais forte e nesta brincadeira uma história de amor que poderia ter sido perfeita acaba sendo sacrificada. No final do filme ficamos com aquele gosto amargo na boca. O que poderia ter sido se...Eu não veria como uma história de amor gay (e houve alguma controvérsia, principalmente em certos segmentos religiosos) mas acima de tudo, uma história de amor. Um amor tão natural como as montanhas que são pano-de-fundo para seus encontros fugidios.

Pra finalizar este post, só queria dizer que tenho a sorte de ser heterossexual mas tenho muitos amigos gays e sei muito bem que a vida deles nem sempre é fácil. Acreditem ou não, até aqui na Holanda tem havido uma nova onda de preconceitos, desta vez são os imigrantes muçulmanos que volta e meia espancam um homosexual nas ruas de Amsterdã ou de outra cidade holandesa. Então se em pleno séc. XXI ainda existe este preconceito arraigado em algumas partes do planeta, imagine em 1963 quando o filme começa.

Uma história de amor triste e um épico inesquecível na tradição do mestre Ang Lee.

Count your blessings


Cheguei à conclusão que o mais importante mesmo é a gente ser feliz com o que tem. É aprender a contar suas benções em vez de ficar reclamando do destino. Count your blessings como acaba de postar minha amiga Bebete. Claro que tem dias que não dá pra segurar a onda e a gente tem mesmo é que chorar, berrar e bater os pés de tanta raiva. Em dias de desespero (escuridão da alma) a gente quer mesmo é se sentir vítima do destino (desde que não dure muito, tudo bem). Eu não acredito neste negócio de ser feliz o tempo todo...odeio gente que vive com um sorriso no rosto como se na vida tudo fosse festa! Se permitir ficar triste é fundamental pra gente ficar bem de novo. É um processo natural, como o luto depois de uma perda. Qualquer psicólogo está cansado de saber que reprimir emoções é roubada e só serve pra atrair todo tipo de doença psicossomática. Então pra não ficar doente (e dizem as más línguas que câncer é doença da alma) a gente tem mesmo é de chorar quando tem vontade de chorar e pronto! Porque deixar as lágrimas rolarem no rosto até secar faz um bem danado pra alma da gente. Mas não esquecer de rir vez ou outra, claro. Porque rir é o melhor remédio.

No final das contas, não existe felicidade e sim momentos felizes. Momentos de plenitude que fazem a vida valer a pena. Apesar das dificuldades e dos sonhos desfeitos. Apesar de tudo e de todos. Pode ser uma caminhada por entre as folhas caídas num belo dia de outono (como faz hoje aqui em Amsterdã). Uma conversa em que abrimos sem medo nosso coração praquela amiga especial. Ler um bom livro (ou assistir um bom filme) debaixo da coberta num dia de frio. Com ou sem chocolate quente pra acompanhar - mas de preferência com, hehehe...Melhor ainda: dormir enroscadinho com nosso cobertor de orelha. Ou simplesmente ficarem os dois deitados na cama calados, ouvindo música clássica e deixando o tempo passar. Plenitude são esses momentos da vida.

E se formos pensar bem, não é preciso muito para ser feliz. Na verdade, quanto mais temos mais queremos...e essa ânsia insaciável é provavelmente uma das principais razões porque as pessoas hoje em dia estão tão infelizes e insatisfeitas com suas vidas (seja a pessoal ou a profissional). É que as pessoas insistem em buscar sua felicidade em coisas e não em momentos do dia-a-dia. Em ter em vez de simplesmente ser. Mas se elas pararem para olhar à sua volta, talvez descubram a felicidade escondidinha onde menos esperam. Em momentos assim, a gente se dá conta que era feliz e não sabia.

E você, já contou suas benções hoje?!!

Repouso forçado

Há uma semana que estou de repouso forçado...Segunda passada levantei com (fortes) dores na perna e me arrastei até o consultório da minha médica aqui perto de casa. Tive dores na perna o fim-de-semana inteiro e F. insistiu que eu marcasse consulta o quanto antes (pra variar, ele estava certo). E depois disso foi tudo rápido demais. Terça liguei chorando pra médica pra dizer que os analgésicos que ela havia receitado na véspera não estavam funcionando e que eu sequer conseguia levantar da cama...No mesmo dia comecei a tomar morfina porque a dor nos nervos era tanta que eu não podia nem colocar o pé no chão. Isso mesmo: morfina. Só pra vocês terem uma idéia da dor. Felizmente meu ex-marido presta pra alguma coisa e foi buscar os remédios na farmácia pra mim, além de fazer umas compras no supermercado. E melhor ainda, meu filho já vai e volta sozinho de ônibus pra escola. Eu costumava levar o menino até o ponto de ônibus mas esta semana, nem isso. Fazer o quê!

Como se não bastasse a dor, quarta à noite passei mal... vomitei muito (efeito colateral da medicação forte), a pressão caiu e quase desmaiei. Liguei pro médico de plantão e uma hora depois ele já estava aqui. Quinta no horário do almoço minha médica veio fazer uma visita a domicílio e a essas alturas, ela (assim como o médico da véspera) já tinha um diagnóstico: hérnia de disco. Sexta de manhã tomei um taxi com F. e fomos na consulta ao neurologista (policlínica no hospital aqui perto). Ela fez a consulta, confirmou mais uma vez o diagnóstico e aumentou a dose de morfina. Recomendou descanso (obviamente) mas disse também que à medida em que a dor diminui (e diminuiu bastante desde então) pra eu começar a me mover em casa, sem muito esforço. Pra terem uma idéia, nos primeiros dias eu nem conseguia ir ao banheiro e nem tomar banho. Sexta-feira finalmente consegui ficar debaixo do chuveiro.

Ao menos não posso reclamar que não tenho sido cuidada, até o ex-marido está totalmente à disposição e dormiu aqui na quarta quando liguei passando mal. A vantagem é que ele mora no meu bairro, enquanto que F. mora em outra cidade e nessas horas complica. De qualquer forma, F. dormiu três noites aqui e tenho tido visitas de uma amiga ou outra que vem ajudar a limpar, fazer comida, etc. Em suma: nesses momentos é que a gente aprende a dar valor à saúde. E à amizade, claro.

A melhor parte é que tenho assistido muitos filmes. Ano passado ganhei um DVD-player portátil do F. e ele fica na cama comigo o tempo todo - o DVD-player não o F!!! rsrsrs. Também tenho lido muito, semana passada devorei Never Let Me Go e ontem comecei a ler The Time Traveller´s Wife, que estava na fila de espera há séculos. Agora não posso dizer que não tenho tempo pra colocar a leitura em dia. Uma das poucas vantagens de ficar doente.

Mas eu volto qualquer dia desses, não tenho chegado perto do computador.

Momento Blythe

E já que eu (ainda) não posso comprar a boneca, tive de me consolar com uma agenda escolar que achei outro dia em promoção numa loja daqui. O preço original da agenda era Eur12 mas as últimas estavam à venda por Eur 3! E é claro que eu voltei pra casa com uma. Feliz da vida. O ano escolar aqui na Europa (e EUA) começa em setembro então final de setembro eles colocaram as últimas agendas que sobraram na liquidação, para evitar ficar com o estoque encalhado. Para minha sorte!

E já que estou falando de Blythe, achei o site europeu que vende as cobiçadas bonequinhas, além de roupas, acessórios, livros, etc. Site indispensável para as fãs de Blythe, como esta pobre blogueira que vos escreve. A boneca mais barata não sai por menos de EUR100...Aí está o site pra quem acha que estou mentindo: miss blythe store

12 rules to live by (Robert Louis Stevenson)




* Make up your mind to be happy. Learn to find pleasure in simple things.

* Make the best of circumstances. No one has everything and everyone has something of sorrow.


* Don’t take yourself too seriously.


* Don’t let criticism worry you. You can’t please everybody.


* Don’t let your neighbors set your standards; be yourself.


* Do things you enjoy doing but stay out of debt.


* Don’t borrow trouble. Imaginary things are harder to bear than actual ones.


* Since hate poisons the soul, do not cherish enmities and grudges. Avoid people who make you unhappy.


* Have many interests. If you can’t travel, read about places.


* Don’t hold post-mortems or spend time brooding over sorrows and mistakes.


* Do what you can for those less fortunate than yourself.


* Keep busy at something. A very busy person never has time to be unhappy.


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PS. Just a reminder for myself, really.

The Good Life




Pra compensar o post anterior, ai vai um post mais colorido - já que o dia esté mesmo cinzento por aqui e o outono definitivamente resolveu dar o ar da sua graça. É que navegando pelo mundo dos blogs, esbarrei no blog de uma mãe e dona-de-casa inglesa (pasmem!!!) e me apaixonei pelas fotos e pelo estilo de decoração dela. Obviously not a desperate housewife, like some of us. O blog dela é um reflexo do cotidiano (a felicidade está nas coisas simples da vida) de uma stay-at-home mom muito criativa e que sabe apreciar as pequenas coisas. E está cheio de inspiração pra quem gosta de fotografia e interiores no estilo vintage (eu adoro: quanto mais flores e polka dots melhor). Oh, the good life.

Pra quem quiser conferir, este é o link do blog: attic24 (em inglês)


Deixa pra lá

A história da minha vida. Levanta, cai. Levanta, cai. Quando resolvo um problema, aparece outro. Porque a vida é fértil em nos presentear com coisas boas e coisas ruins. E se for pensar bem, quase que diariamente (a gente é que não percebe). E claro, quando a gente menos espera. A vida emocional vai bem, a vida profissional está um caos. A vida profissional está encaminhada e a gente sozinha(o), sonhando com um companheiro. Eu não sei de vocês mas na minha vida desde que me conheço por gente sempre foi assim. Quando tem uma coisa, falta outra. Tem tempo, falta dinheiro. Tem dinheiro, falta tempo. Ou falta saúde (o que é muito, mas muito pior). Tem amor, falta o resto. Tem o resto, falta amor. Pensando bem, essencial só mesmo o amor (mas a gente tem de pagar as contas) então vou calar a minha boca.

Só sei que a semana passada foi péssima, uma grana com a qual eu estava contando simplesmente não entrou (nem vai entrar) na minha conta e a consequência é que tive de cancelar um fim-de-semana em Paris. Uma viagem com a qual sonhava há tempos, três noites com a minha companhia favorita na minha cidade favorita. Fiquei muito triste mas como bem disse F.: Paris vai continuar exatamente onde está, onde sempre esteve, resolve a tua vida que outra hora a gente vai lá...E nem vou falar nas contas atrasadas...Tem dias em que páro pra pensar na minha vida depois de 14 anos na Europa - todo mundo no Brasil insistindo em achar que isso aqui é o paraíso, doce ilusão - e inevitavelmente bate aquela depressão... Então é melhor não pensar. A melhor opção atualmente é nadar e esperar a crise passar. Porque tudo passa, né?

Pra frente é que se anda, não adianta chorar o leite derramado, não deixa a peteca cair, blablablá. A verdade é que tem dias que...deixa pra lá. E assim vamos vivendo, uns dias mais, outros menos. Um dia a gente ri, no outro chora. Tudo em prol do crescimento espiritual. Porque um dia a ficha cai e a gente aprende, mas enquanto isso não acontece...a gente sofre. E muito.


PS.: E dizer que tive um fim-de-semana super relax, com direito à praia, cinema com pipoca e tudo mais. Mas foi só acordar segunda-feira na casa do namorado pra cair na real. Wake up, baby. Life is out there and it is waiting for you.

Juno, again.

Ontem à noite revi o filme Juno e gostei ainda mais do que da primeira vez. Um pequeno grande filme, sem maiores pretensões. E a protagonista é realmente one in a million. Way to Go, Girl! Aproveito para postar aqui uma das minhas cenas favoritas, entre muitas outras:

Juno: I'm losing my faith in humanity.
Dad: Think you can narrow it down for me?
Juno: I guess I wonder sometimes if people ever stay together for good.
Dad: You mean like couples?
Juno: Yeah, like people in love.
Dad: Are you having boy troubles? I gotta be honest; I don't much approve of dating in your condition, 'cause well... that's kind of messed up.
Juno: Dad, no!
Dad: Well, it's kind of skanky. Isn't that what you girls call it? Skanky? Skeevy?
Juno: Please stop now.
Dad: [persisting] Tore up from the floor up?
Juno: Dad, it's not about that. I just need to know if it's possible for two people to stay happy together forever, or at least for a few years.
Dad: It's not easy, that's for sure. Now, I may not have the best track record in the world, but I have been with your stepmother for 10 years now and I'm proud to say that we're very happy.
Dad: In my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person will still think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with.
Juno: I sort of already have.
Dad: Well, of course! You're old D-A-D! You know I'll always be there to love and support you no matter what kind of pickle you're in... Obviously [nods to her belly]
Juno: I need to go out somewhere just for a little while. I don't have any homework and I swear I'll be back by ten.
Dad: You were talking about me right?

Dedicated to F.

Aquarobics

Caralho. Hoje tive minha primeira aula de aquarobics e é bem mais puxado do que eu imaginava - e olha que eu já tinha tido aulas de aquafitness mas isso aqui é bem diferente.Talvez porque eu nunca tenha sido o tipo de frequentar academia de ginástica então acho que demora algumas semanas para acostumar com o pique da aula. 45 minutos pulando, correndo e jogando pernas e braços pra lá e pra cá. Música a todo volume (ou quase porque piscina é lugar público) e uma professora entusiasta, até demais.

Mas gostei da aula e pretendo fazer ao menos 12 semanas consecutivas pra obter o resultado desejado. O único porém é que pra mim outono-inverno é uma época complicada (só quem mora aqui no norte da Europa pra entender a profundidade do que estou falando), então sair de casa pra ir pra piscina num dia frio e chuvoso vai ser uma GRANDE vitória. Mas eu não vou desistir. Não mesmo. To be continued...

Swim for Your Life !


Esta semana fiz algo que não fazia há mais de dez anos: fui 3 vezes nadar na piscina! Depois de anos e mais anos sem fazer nenhuma atividade física (shame on you), comecei a nadar há cerca de três meses. Geralmente estava indo uma vez por semana e já estava bom (embora a dietista sempre insistisse que duas vezes seria melhor). Então este mês comecei a nadar duas vezes por semana...E esta semana foram três vezes - porque a semana foi mais ruim do que boa e a outra opção seria me entupir de comfort food e dormir o dia inteiro...

Em outras palavras, estou aprendendo a lidar com os problemas da vida (e não são poucos mas tudo bem, não vou entrar em detalhes por aqui) de forma mais construtiva. E vou dizer que é um aprendizado e tanto. Eu até pouco tempo comia quando estava triste ou ansiosa, ou mesmo para celebrar. Mas tenho aprendido a mudar esses hábitos e agora quando estou triste visto o maiô e vou pra piscina! São 25 min a pé até chegar, 1 hora nadando quase sem parar, 25 min a pé de volta pra casa. E faz um bem danado. Não só para a condição física (a dieta agradece), como especialmente para a condição emocional. E para a condição mental (e sexual também). Na verdade, já dá pra notar o efeito nesses primeiros três meses. E por isso decidi começar aulas de aquarobics semana que vem. As aulas são às quartas de manhã e eu ainda pretendo nadar segundas ou sextas - ou ambos os dias dependendo da semana.

Uma pequena grande vitória. Sem dúvida! Consegui transformar uma semana que tinha tudo pra ser ruim em algo bom. E mais tarde vou tomar o trem para encontrar meu namorado de coração mais leve e mais tranquila. Porque a vida continua, meus amigos. E a gente não pode deixar a peteca cair...

Coisa de maluco

Pra variar, estou lendo um livro tão louco, mas tão louco que nem tenho palavras para descrever. Leitura divertidíssima, sem dúvida. E ainda por cima verídica (trata-se de uma autobiografia). O livro se chama Running with Scissors e embora lide com temas bastante sérios (como doenças mentais e abuso sexual, pra não dizerem que não avisei) tem partes simplesmente hilárias. É que a loucura é tanta que tem horas que só mesmo rindo. A vida do protagonista fica de pernas pro ar com as intermináveis brigas dos pais (temperadas com ameaças de morte e tudo o mais), o divórcio e a consequente piração da mãe - que se antes já era meio pirada, depois do divórcio surtou de vez, literalmente. A mãe passa quase todos os dias da semana no consultório do psiquiatra. Chega um momento em que a crise é tanta que o psiquiatra decide adotar o menino por uns tempos, até a mãe conseguir recuperar sua (precária) saúde mental. É assim que o menino de 14 anos acaba indo morar na casa do psiquiatra e de sua excêntrica família. Comparados a esta família, os Royal Tenenbaums são a família mais normal do mundo, pra vocês terem uma idéia! E não, eu não estou exagerando. De qualquer forma, a mudança de ambiente rende muitas estórias em meio a experiências boas, ruins e ...bizarras! Um livro instigante e recheado de questionamentos que lida com questões sérias de forma absurdamente hilária (rir para não chorar). E por falar em filmes, o livro (bestseller nos EUA) já foi filmado e deverá ser lançado em breve nos cinemas.

Sobre os confrontos

Estava eu aqui pensando com meus botões. Impressionante. Se tem um ponto em que mudei muito nos últimos anos (e certamente a partir da depressão) é que perdi toda a capacidade de confrontos que eu tinha (que aliás já era pouca). E por causa do namorado tenho notado isso cada vez mais nitidamente. Porque ele é a relação mais próxima e portanto aquela que nos reflete por inteiro, com nossas qualidades e defeitos a serem trabalhados. Noto, por exemplo, que preciso urgentemente aprender a estabelecer limites - para mim e para o outro. E não estou falando apenas desta relação específica mas de todas as minhas relações. Preciso aprender a ser mais direta e dizer na lata (e no momento em que ocorre) quando algo me incomoda - em vez de ficar esperando que o outro adivinhe. Parece simples mas é uma tarefa hercúlea para esta que vos escreve.

Não é de hoje que F. diz: você precisa aprender a ser mais assertiva. Abrir a boca pra reclamar quando se acha no direito, abrir a boca pra dizer o que está sentindo em vez de ficar enrolando e fingindo que não foi com você. Porque eu falo, falo e falo...mas em momentos em que deveria mesmo falar algo, eu calo! Esquisito mesmo. Pra não dizer paradoxal. Eu simplesmente evito todo e qualquer tipo de conflito, com amigos, conhecidos, vizinhos, etc. Gente que importa na minha vida e gente que não tem importância nenhuma. Eu evito tanto magoar as pessoas que acabo eu mesma sendo magoada. E a vida segue seu rumo como se nada tivesse acontecido.

Tenho percebido isso cada vez mais claramente. Como uma espécie de armadura de aço que eu visto antes de sair à rua em caso de eventuais acidentes. Porque eu já me machuquei demais (sensibilidade à flor da pele não é necessariamente uma qualidade, acreditem). Eu não quero saber de brigas e discussões, a começar porque já excedi e em muito a minha cota no meu casamento. Eu quero é paz e amor...então quando algo ou alguém me incomoda, eu fico calada e finjo que não percebi. E se um dia a pessoa fizer o mesmo de novo, eu provavelmente vou me afastar, nem que seja por um tempo. O que é um péssimo hábito, admito. Eu sei e você sabe que comunicação é tudo.

Moral da estória: da próxima vez que você ver uma pessoa falando pelos cotovelos, não se iluda. Ela pode estar falando muito mas provavelmente está dizendo menos do que se estivesse calada.

El Orfanato

Não tem jeito, eu gosto mesmo é de drama. E de preferência dos bons. Na vida e nas telas do cinema. Drama psicológico beirando o horror - ou neste caso, filme de horror com um toque de drama psicológico e sobrenatural então, nem se fala. Fico praticamente com falta de ar! Foi assim que assisti domingo passado ao premiado El Orfanato, que havia perdido nos cinemas daqui. Infelizmente tive de me contentar com uma telinha de tv porque o filme deve ser um show no telão. E não é pra menos, o produtor é o festejado diretor mexicano Guillermo del Toro, de Pan´s Labyrinth (além de Hell Boy e Hell Boy 2). Este último está atualmente em cartaz nos cinemas de sua cidade, mas não comento por duas simples razões: não assisti e não é a minha praia. Por outro lado, amei Pan´s Labyrinth e inclusive comentei sobre o filme aqui no blog (confira neste link).

Mas voltando ao filme em questão, El Orfanato é uma história de amor e uma história de terror. Acima de tudo, uma história de terror psicológico da melhor qualidade que faz lembrar um pouco O Sexto Sentido, The Others e, em alguns aspectos, o próprio Pan´s Labyrinth. Uma história sobre mortos, sobre vivos e sobreviventes. Como em Labirinto do Fauno, este roteiro também mistura fantasia e realidade, o consciente e o inconsciente, o aqui e o além (e neste caso, o sobrenatural é um dos principais personagens da estória). Sem falar na participação especial da Geraldine Chaplin, como uma convincente médium que visita a casa para tentar ajudar na solução do problema.

Em suma, um filme excelente, instigante e intenso...mas que eu não recomendaria a pessoas de coração fraco. Mas que vale a pena conferir, isso vale!

Para a aniversariante

Anna (aka as Annix) é uma figura muito especial. Inteligentíssima, cinéfila, bem-informada, blogueira das antigas. Rock chick, amante dos gatos e sempre pronta para ajudar os amigos necessitados. Mas sua maior qualidade é que ela é minha amiga, embora não nos encontremos com a frequência que eu gostaria (considerando-se que moramos na mesma cidade). Felizmente ela sabe, como eu também sei, que amizade não se mede por frequência física. E que em assuntos do coração, a distância é relativa.

Enfim, uma amizade que surgiu naturalmente e que cresce naturalmente, comme il faut. Somos parecidas, somos diferentes. Temos gostos parecidos para algumas coisas e bem distintos para outras. Mas respeitamos as diferenças e aprendemos uma com a outra. Acima de tudo, somos amigas.

A ironia é que (como já disse pra ela), ela é uma espécie de versão feminina do meu namorado F. Pode soar meio estranho (não, eu não sou lésbica, rsrsrs) mas é isso mesmo! Eles curtem as mesmas músicas (ambos chamam minhas músicas de elevator music mas eu perdôo porque gosto deles), os mesmos filmes e os mesmos heróis Marvel! E eu até brinco com F. que felizmente ela é muito bem casada. Porque pelo amor de Deus, esses dois são parecidos demais! Quando a Anna comenta de um filme no blog dela (e esta menina entende da sétima arte) eu já sei que F. também vai gostar (ou não). Impressionante.

Feliz Aniversário, querida amiga!

Pequeno drama familiar

Não tenho quase ido ao cinema recentemente mas ontem revi Bee Season em DVD. Recomendado pra quem gosta de dramas familiares na tradição de Ice Storm, American Beauty, Happiness ou mesmo versões mais lights como Little Miss Sunshine. Não chega a ser um filme excepcional - e não se compara à pequena pérola que é Ice Storm de Ang Lee - mas o filme não deixa de ter seu valor. Sem falar na presença na tela de uma das minhas atrizes favoritas: Juliette Binoche. E da adorável Flora Cross, protagonista da estória. O roteiro (baseado em um livro) é de Naomi Foner, mãe dos atores Maggie e Jake Gyllenhaal (diga-se de passagem, que família mais talentosa).

Um filme sem grandes explosões de emoção mas muitas, muitas palavras. Palavras ditas e não-ditas, enfim, palavras. A estória gira em torno de uma menina que da noite para o dia demonstra ter um grande talento para a ortografia. À medida em que o filme se desenrola, ela ganha vários concursos regionais e nacionais de spelling. O que inevitavelmente nos faz lembrar dos concursos de Miss Pageant em Little Miss Sunshine com a excelente atriz Abigail Breslin (que também aparece em No Reservations e Definitely, Maybe).

O equilíbrio delicado desta família (aparentemente) tão comum é perturbado quando o pai da menina resolve pela primeira vez investir seu tempo e energia na filha cuja existência antes mal percebia...O pai (Richard Gere) é um professor universitário especializado em estudos judaicos (kabbalah etc) e fascinado pela magia das palavras. E bastante exigente com seus filhos. Antes de descobrir o talento da caçula, ele se dedicava a dar aulas de música ao filho. Trancava-se horas com o filho no seu escritório e a menina tinha de passar bilhetes por baixo da porta se quisesse comunicar algo ao pai. Com a descoberta do novo talento ocorre uma mudança de status dentro da família. O filho antes tão paparicado é abandonado (com consequências desastrosas) e o pai volta sua atenção exclusivamente para a menina (o que também traz consequências desastrosas para a já instável mãe).

Pode parecer muito drama pra pouca estória mas o filme é cheio de nuances e sutilezas. E nos faz refletir sobre nossos pequenos dramas familiares (de perto ninguém é normal). O lugar que cada um sabe ou não conquistar dentro de sua família, o valor de cada membro independente de seu talento ou da falta dele. Todas as partes do conjunto asseguram um equilíbrio que pode ser facilmente desfeito. Um equilíbrio delicado, como a própria vida.

Despedida do verão

Ou talvez o título mais apropriado para este post seja o verão que não houve. Seja como for, fim-de-semana passado fez um calor decente por aqui (atenção: 25 a 28 graus aqui é um calor decente, mas ao menos quando o sol aparece ele é bem forte). E com o calor, lá se foram os holandeses em massa pra praia...Desta vez (muito) provavelmente pra se despedir de um verão com gosto de quero mais...Porque foram poucos dias de sol e calor aqui no norte Europeu. Mas ao menos eu curti quando pude, como este fim-de-semana que passei nas praias de Haia: Scheveningen e Kijkduin. A segunda é a minha favorita, menor e menos turística. Além de ter o super relaxed beachbar People, onde bebemos umas cervejas sempre que o tempo permite!

Sábado fomos à Scheveningen e comi o Pastél de Galinha mais fajuto que comi em toda a minha vida (pastél coisa nenhuma) no Beachbar Copacabana, onde sentamos pra tomar umas cervejas e fomos ficando...Já tínhamos ido antes neste bar mas fiquei curiosa com alguns itens do menu (além de caipirinha e guaraná, eles tinham o tal pastel e outros petiscos suspeitos). O melhor mesmo foi o sushi que comemos depois no Tokyo Cafe (em Amsterdã também tem, este é o mais novo da família). Pra quem entrou no restaurante dizendo que não estava com fome, eu até que comi mais sushi do que o F. Fazer o que se eu amo sushi?

Domingo antes de ir pra Kijkduin, ainda passamos no restaurante DeLuca para um rápido brunch - o restaurante italiano que tem uma das melhores massas da cidade. E eu acabei comendo a melhor salada que comi em tempos! A combinação perfeita de ingredientes: alface italiana (não sei o nome direito mas deixa pra lá porque isso aqui não é blog de gastronomia), abacate, amêndoas tostadas, parmesão fresco, um toque de limão e azeite de oliva da melhor qualidade. Comi com muito gosto e pretendo voltar em breve pra repetir a dose. Além de deliciosa, saudável e leve!

Ou seja, este fim-de-semana não teve sessão de cinema, teve mesmo foi praia!