sábado, janeiro 07, 2012

Alzheimer, uma estória e um livro





A capa é linda de doer, mas juro que não escolhi este livro pela capa, hehehe. O livro é o debut literário de Stefan Merrill Block e trata de um tema que entrou na minha vida (bem) recentemente: Alzheimer. Para ser mais específica, desde a minha viagem ao Brasil em julho do ano passado (caramba, já estamos no ano novo).

É que subitamente me deparei com a doença de frente, quando meu tio (irmão mais velho da minha mãe) nos veio visitar com minha tia e primos. Tio Calixto tem 85 anos e está num estágio relativamente avançado da doença (não sou expert no assunto mas soube que ele mora em uma residência para pacientes geriátricos). E confesso que me assustei ao ver que ele não apenas não se lembrava de mim (nem da minha mãe, irmã dele), como mal reconhecia seus próprios filhos (e netos). Ficou lá sentado no sofá da sala o tempo todo calado, olhando para o vazio, como se estivesse em outro mundo. E pensando bem, Alzheimer é um outro mundo mesmo.

Para minha maior surpresa, soube ainda que o outro irmão da minha mãe (que morreu de um ataque cardíaco) também teve Alzheimer...e então fiquei me perguntando se a minha mãe também não teria sido vítima da doença se não tivesse falecido aos 70 anos de idade. Melhor nem pensar muito, né?

Mas voltando ao assunto do livro, The Story of Forgetting é um romance semi autobiográfico (a avó do autor tinha Alzheimer e ele acompanhou de perto a manifestação da doença desde pequeno). O protagonista é Seth, um adolescente de 17 anos cuja mãe tem Alzheimer. Após cair de uma escada, ela acaba sendo internada em um hospital durante meses, período em que sua saúde deteriora rapidamente. Seth visita sua mãe no início mas ela nunca tem respostas para suas perguntas, a começar porque muitas vezes nem o reconhece. E como o passado familiar de sua mãe sempre foi um segredo fechado a sete chaves na família, o jovem acaba decidindo aprender mais sobre o assunto. E para isso, decide pesquisar mais sua herança genética. Ele vai em busca de provavéis familiares distantes na esperança de descobrir quem foi sua mãe e de onde ela veio. Na esperança de um dia encontrar a peça que irá completar este quebra-cabeça tão complexo. Enfim, uma verdadeira busca.

Este foi o meu primeiro livro do ano e confesso que gostei muito. Nunca tinha lido nada parecido e o autor sabe manter a atenção do leitor, numa leitura cheia de vivacidade e comovente. Além da estória central, ele oferece ainda informações científicas sobre a doença ("traduzidas" em uma linguagem acessível ao leigo). Enfim, uma leitura interessante e útil. Eu recomendo, principalmente para quem tem casos de Alzheimer na família.

3 comentários:

Inaie disse...

nos estamos vivendo cada vez mais, e ai da tempo de muitas doencas "novas"se manifestarem. Antigamente a gente morria antes de descobrir que estava com essas doencas todas.

Milena F. disse...

Esse é um tema muito triste. Também existem casaos vários casos na minha família materna, e tb sempre me perguntei se meu avô teria se tivesse vivido mais que seus 70 anos, já que ele faleceu completamente lúcido e sem mostrar nenhum sinal da doença.
Trabalhei durante 3 anos na universidade com neurorologistas, psicólogos e psiconeurologistas em um ambulatório de neuromemória e em pesquisas sobre a memória, então é um tema que me entristece, mas ao mesmo tempo os mistérios do cérebro me fascinam. Entretanto, o que me consola é que todos os estudos indicam (com muita força) que quanto mais se usa o cérebro, menores são as chances de desenvolver e manifestar a doença. Grande parte dos casos são pessoas que "deixaram" de usar a cabeça, geralmente após a aposentadoria, ou após um "baque" importante na vida. Como me considero uma pessoa que utiliza muito o cérebro, não tenho intençéoes de parar, e dessa forma o cérebro e neurônios vão realizando conexões!

Beth Blue disse...

Milena, estou lendo um livro ótimo sobre o assunto, que achei na biblioteca do meu bairro! Estou lendo em holandês mas o título original é: 100 simple things you can do to prevent Alzheimer's and age-related memory loss.

Grandes dicas, a começar pelo café, que adoro hehehe.

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Alzheimer, uma estória e um livro





A capa é linda de doer, mas juro que não escolhi este livro pela capa, hehehe. O livro é o debut literário de Stefan Merrill Block e trata de um tema que entrou na minha vida (bem) recentemente: Alzheimer. Para ser mais específica, desde a minha viagem ao Brasil em julho do ano passado (caramba, já estamos no ano novo).

É que subitamente me deparei com a doença de frente, quando meu tio (irmão mais velho da minha mãe) nos veio visitar com minha tia e primos. Tio Calixto tem 85 anos e está num estágio relativamente avançado da doença (não sou expert no assunto mas soube que ele mora em uma residência para pacientes geriátricos). E confesso que me assustei ao ver que ele não apenas não se lembrava de mim (nem da minha mãe, irmã dele), como mal reconhecia seus próprios filhos (e netos). Ficou lá sentado no sofá da sala o tempo todo calado, olhando para o vazio, como se estivesse em outro mundo. E pensando bem, Alzheimer é um outro mundo mesmo.

Para minha maior surpresa, soube ainda que o outro irmão da minha mãe (que morreu de um ataque cardíaco) também teve Alzheimer...e então fiquei me perguntando se a minha mãe também não teria sido vítima da doença se não tivesse falecido aos 70 anos de idade. Melhor nem pensar muito, né?

Mas voltando ao assunto do livro, The Story of Forgetting é um romance semi autobiográfico (a avó do autor tinha Alzheimer e ele acompanhou de perto a manifestação da doença desde pequeno). O protagonista é Seth, um adolescente de 17 anos cuja mãe tem Alzheimer. Após cair de uma escada, ela acaba sendo internada em um hospital durante meses, período em que sua saúde deteriora rapidamente. Seth visita sua mãe no início mas ela nunca tem respostas para suas perguntas, a começar porque muitas vezes nem o reconhece. E como o passado familiar de sua mãe sempre foi um segredo fechado a sete chaves na família, o jovem acaba decidindo aprender mais sobre o assunto. E para isso, decide pesquisar mais sua herança genética. Ele vai em busca de provavéis familiares distantes na esperança de descobrir quem foi sua mãe e de onde ela veio. Na esperança de um dia encontrar a peça que irá completar este quebra-cabeça tão complexo. Enfim, uma verdadeira busca.

Este foi o meu primeiro livro do ano e confesso que gostei muito. Nunca tinha lido nada parecido e o autor sabe manter a atenção do leitor, numa leitura cheia de vivacidade e comovente. Além da estória central, ele oferece ainda informações científicas sobre a doença ("traduzidas" em uma linguagem acessível ao leigo). Enfim, uma leitura interessante e útil. Eu recomendo, principalmente para quem tem casos de Alzheimer na família.

3 comentários:

Inaie disse...

nos estamos vivendo cada vez mais, e ai da tempo de muitas doencas "novas"se manifestarem. Antigamente a gente morria antes de descobrir que estava com essas doencas todas.

Milena F. disse...

Esse é um tema muito triste. Também existem casaos vários casos na minha família materna, e tb sempre me perguntei se meu avô teria se tivesse vivido mais que seus 70 anos, já que ele faleceu completamente lúcido e sem mostrar nenhum sinal da doença.
Trabalhei durante 3 anos na universidade com neurorologistas, psicólogos e psiconeurologistas em um ambulatório de neuromemória e em pesquisas sobre a memória, então é um tema que me entristece, mas ao mesmo tempo os mistérios do cérebro me fascinam. Entretanto, o que me consola é que todos os estudos indicam (com muita força) que quanto mais se usa o cérebro, menores são as chances de desenvolver e manifestar a doença. Grande parte dos casos são pessoas que "deixaram" de usar a cabeça, geralmente após a aposentadoria, ou após um "baque" importante na vida. Como me considero uma pessoa que utiliza muito o cérebro, não tenho intençéoes de parar, e dessa forma o cérebro e neurônios vão realizando conexões!

Beth Blue disse...

Milena, estou lendo um livro ótimo sobre o assunto, que achei na biblioteca do meu bairro! Estou lendo em holandês mas o título original é: 100 simple things you can do to prevent Alzheimer's and age-related memory loss.

Grandes dicas, a começar pelo café, que adoro hehehe.